Enoleitores,
Estamos em tempo da comemoração da nossa Independencia! Portanto, vamos exaltar o que temos de bom e as novidades em nosso país. Como muitos ainda não sabem, temos atualmente novos ótimos vinhos brasileiros, uma nova geração de enólogos que foram a Bordeaux fazer formação, além de algumas vinícolas nacionais terem a supervisão de enólogos estrangeiros, que vêm periodicamente ao país.
Além do Vale dos Vinhedos, próximo a Bento Gonçalves e da região de Petrolina, em Pernambuco, temos várias localidades revelando seu terroir.
Vou descrever o crescimento do mapa da cultura vitivinícola no Brasil em duas partes, pois o aumento foi considerável nos anos mais recentes. Nesta edição, abordo a região sul e sudeste do país.
Inicio pelo Rio Grande do Sul, o mais tradicional estado a cultivar as vinhas. Novas áreas surgiram, como a região da Fronteira – Campanha, Serras de Sudeste, Campos de Cima da Serra (ideais para pinot noir e chardonnay), e Alto Uruguai.
Em Santa Catarina, as regiões destacadas são Vale do Rio do Peixe, Planalto Catarinense e Vale Uva Goethe, esta é uma uva típica regional, que surgiu do cruzamento das uvas moscato de Hamburgo e Alexandria, mais a schiava grossa. As uvas tintas mais cultivadas são cabernet sauvignon, cabernet franc, merlot, pinot noir, petit verdot, tempranillo, montepulciano, nebbiolo, sangiovese, syrah, trincadeira, touriga nacional e malbec. Nos últimos anos, tem aumentado a área de plantio de variedades italianas. As brancas mais plantadas são chardonnay, sauvignon blanc e riesling.
No Paraná, produz-se em diversos pontos do estado, porém em Marialva há 50% da produção, tornando-se a região de destaque.
São Paulo vem se mostrando um estado presente nesta agricultura. Já havia plantação em Atibaia, Vinhedo e São Roque, por empresas familiares tradicionais. Porém seus vinhos são elaborados por uvas não viníferas. A vinícola Goes já produz vinhos finos. Assim como a Guaspari, em Espirito Santo do Pinhal, tornou-se conhecida como uma vinícola boutique, especializada em sauvignon blanc e syrah.
Também tem-se conhecimento da produção vinícola no Alto Tietê, mais precisamente em Capela do Ribeirão, Birita Ussu, Birita Mirim, Rio Acima e Salesópolis. No Rio de Janeiro, produz-se em Macuco, próximo a Resende.
No Espírito Santo, mais precisamente no Vale de Tabocas, a cantina Mattiello apresenta o cabernet sauvignon, chamado Tabocas Oak.
Em Minas Gerais, os municípios com maior potencial para a produção de vinhos finos são: Baependi, Andradas – Casa Geraldo, Varginha, Santo Antônio do Amparo, Três Corações e Cordislandia – Fazenda do Porto, onde são usadas as castas sauvignon blanc, chardonnay, tempranillo e sirah; Caldas e Tres Pontas. Há também novos polos: Serra da Mantiqueira e Vale Jequitinhonha.
Vocês imaginavam que todos estes estados produziam bons, e outros ainda não tão bons, vinhos brasileiros? Nem eu, que estou neste meio há 14 anos e só aprendi neste ano, no meu curso de sommelier profissional, que estamos melhorando a nossa cultura a cada nova safra…
Enoabraços e uma ótima Semana!