Enoleitores,
Na semana passada, falei sobre os vinhos franceses Beaujolais, um estilo de vinho pouco conhecido e apreciado em nosso país. Hoje, vou descrever os estilos destes vinhos. Comentei, mas torno a repetir para os que não nos leram, que, além dos mais simples e dos que costumamos a encontrar por aqui (o Beaujolais e o Beaujolais Villages), temos na região 10 vinhos consideráveis, os Grand Cru de Beaujolais. Estes, com certeza, vale conhecer, por serem mais elaborados. Alguns são mais estruturados e combinam muito bem com nosso clima mais tropical.
Os produtores estão localizados no curso do rio Saône, desde o limite de Mâcon até próximo a Lyon. Os beaujolais simples e villages são vinhos mais fáceis de beber e bastante frutados. Agora vou comentar cada estilo dos 10 considerados Grand Cru :
– Brouilly: de cor rubi escura, aromas de frutas negras, notas minerais, é o maior cru de beaujolais em superfície, extensão; no gustativo, é sedoso , macio, sente-se sua estrutura, o sabor da fruta explode na boca.
– Côte de Brouilly: os vinhedos crescem nas encostas do Mont de Brouilly, terroir único que produz vinhos requintados; de cor púrpura, aromas de frutas vermelhas e leve floral, estes devem amadurecer para se atingir toda a sua elegância na boca.
– Régnié: considerado o caçula neste grupo, só após 1988 passou de village a GC; um vinho macio, bem estruturado, de cor vermelho violáceo, exala groselha, amora, framboesa, na boca elegante e sedutor.
– Morgon: este é um vinho de terroirs diversos, apresenta uma cor vermelho granada, aromas de frutas negras; na boca, é um vinho mais potente e estruturado. Acompanha bem uma carne grelhada.
– Chiroubles: são os vinhedos mais altos dentre os Cru; sua cor é vermelha e no nariz frutas do bosque e toque floral, na boca elegante, macio e sente-se bem o sabor frutado.
– Fleurie: um estilo de vinho sedutor, considerado o “mais feminino” dos GC; seus vinhedos têm mais de 100 anos; exala aromas de frutas vermelhas maduras, baunilha e toque floral, tal como rosas, na boca elegante e aveludado, boa persistência, deixando um sabor de ameixa escura.
– Moulin-à-vent: considerado um dos nobres vinhos, sua cor é um rubi escuro; aromas de frutas vermelhas maduras, leve floral, especiarias; na boca, estruturado, taninos equilibrados e com bom potencial de guarda, deixa na boca um sabor de café. Considerado um vinho gastronômico acompanhando embutidos e uma típica linguiça de porco,regional.
– Chénas: considerado o mais raro cru, de coloração vermelho granada, sente-se no olfato frutas maduras, floral e derivados da madeira; no palato, tenro, generoso, estruturado, tem bom potencial de envelhecimento.
– Juliénas: de cor rubi profunda, revela aromas de pêssego, assim como frutas vermelhas, toque floral, ele costuma ser apreciado tanto jovem quanto mais maduro. Costuma ser vinificado como os borgonhas, na boca revela-se seco, com acidez correta, taninos finos, estruturado, persistente, para mim foi uma bela revelação.
– Saint – Amour: de coloração rubi, sente-se no nariz o seu frutado, além de especiarias, kirsch; no paladar, é um vinho elegante, equilibrado e macio, deixa um gostinho de mirtilo na boca.
Portanto, estes 10 últimos, os Grand Cru, somados aos dois mais simples, que citei no início, formam as 12 apelações dos Beaujolais.
Dentre tantos que nos foram apresentados, para o meu paladar, elejo em primeiro lugar o Juliénas, seguido da elegância do Fleurie, que me cativou, assim como a estrutura e persistência do Moulin-à-vent. Vale conferir!
Enoabraços e uma ótima semana a todos!