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Pragmatismo político

06/02/2016
Pragmatismo político | Jornal da Orla
Como quem não quer nada, ele começa a articular para que seja atendida uma proposta de Bili, relativa à renovação do contrato da Sabesp com o município. 
 
Bili quer um acordo semelhante ao obtido em Santos, pelo prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), que, na prática, levou à extinção de uma dívida de R$ 332 milhões que a cidade tinha com a Sabesp e a promessa de mais investimentos. 
 
Segundo Bili, a Prefeitura de São Vicente tem uma dívida de R$ 64 milhões com a Sabesp, ao mesmo tempo que não recebe os investimentos que mereceria. 
O contrato da empresa com o município já venceu e ainda não foi renovado. Bili diz que está tentando negociar há um ano, sem sucesso.
 
É aí que Márcio França entra no jogo. Ele busca intermediar um acordo da Prefeitura com a Sabesp, apostando que os benefícios deste acerto só serão percebidos a partir do ano que vem. Quando, na avaliação dele, o prefeito não será mais Bili. França deverá apoiar o vereador Pedro Gouveia (PMDB), que foi secretário de Turismo na sua gestão como prefeito.

Uma denúncia cabeluda
A denúncia dando conta da existência de um esquema de “chequinho” repercutiu na sessão da Câmara de quinta-feira (4). O vereador Evaldo Stanislau apresentou um requerimento solicitando informações da Prefeitura quanto à denúncia feita por uma pessoa que participaria do esquema e resolveu colocar a boca no trombone por ter sido sacada fora. Ela deu entrevista ao jornal Diário do Litoral.
 
A acusação, feita sem nenhuma prova, dá conta de que pessoas receberiam pagamentos mensais, sem terem uma relação formal com a Prefeitura. Em troca, segundo o denunciante, fariam a defesa incondicional do governo. 
No requerimento, Evaldo questiona a Prefeitura e pede a relação de funcionários que recebem por “chequinho”, os cargos e onde estão lotados.
 
Investigação
O Ministério Público abriu inquérito civil para apurar se houve contratação irregular de pessoas. O promotor Carlos Barbosa aceitou a denúncia encaminhada pelo vereador Evaldo Stanislau. “Desde 2013, trabalho para esclarecer o tamanho e o que há por trás do chamado ‘esquema do chequinho’. Somente em 2013, de janeiro a novembro, dados da própria Prefeitura falam em quase R$ 10 milhões”, afirma Stanislau.
 
Prefeitura nega
A Prefeitura nega a existência do esquema e garante que todos os pagamentos feitos a profissionais autônomos, como os artistas que se apresentam nas tendas da orla, por exemplo, são feitos nos termos da lei.
 
O ônus da prova
A denúncia é grave. E cabe a quem acusa o ônus da prova. E mostrar se o “chequinho” existe, como o dinheiro público vai parar em contas correntes particulares. Os cofres municipais não são como a caixa registradora da padaria, que basta abrir a gaveta para retirar o dinheiro.
 
Presidente Porcina
Causou um mal-estar geral dentro do DEM a revelação de que o advogado Taylor Matos não é o presidente municipal da legenda, como ele vinha dizendo. Ele é o pré-candidato do partido a prefeito de Santos e, em novembro, realmente havia sido indicado pela Executiva Estadual para comandar o diretório municipal. Mas a nomeação acabou não se oficializando por conta de sua “conduta individualista” e ataques pessoais ao prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB). 
 
“Fazer críticas políticas faz parte do embate democrático, ofensas pessoais, não”, justifica o vereador Douglas Gonçalves, este sim, o presidente do DEM santista.
Realmente, Taylor não vem economizando nas ofensas ao prefeito, em publicações nas redes sociais.
 
Apesar do climão, Taylor Mattos está mantido como pré-candidato do DEM à Prefeitura de Santos. O que não evitou que o episódio virasse motivo para piada: teve filiado do DEM chamando Taylor de “presidente Porcina”, numa alusão à personagem da novela “Roque Santeiro”, a viúva que foi sem nunca ter sido.
 
Em Guarujá, todo mundo quer
Embora a prefeita Maria Antonieta de Brito (PMDB) tente não tocar no assunto, a sucessão municipal de Guarujá já está pegando fogo. Não faltam pré-candidatos de oposição tampouco os que querem entrar no jogo com a bênção da prefeita. Apenas alguns nomes: Wanderley Maduro (vereador e ex-presidente da Câmara), Priscila Bonini (secretária de Educação), Duíno Verri (vice-prefeito, mas rompido com a prefeita), Walter Suman (médico e ex-vereador), Adilson Jesus (engenheiro), Sidnei Aranha (advogado), Airto Sinto (advogado) e o ex-prefeito Farid Said Madi.
 
Decisão na geladeira
Aos assessores mais próximos, Antonieta tem confidenciado que, quanto mais tarde ela decidir quem será seu candidato, melhor. Primeiro, para não iniciar uma briga interna dentro do próprio governo, movida pelos preteridos. Segundo, por até agora não estar convencida de haver um nome de peso para vencer a eleição. Oficialmente, Antonieta diz que “no momento adequado” o candidato será escolhido, “mas pelo partido”. 
 
Vai que…
O deputado federal Marcelo Squassoni, aquele que atirou no que viu e acertou no que não viu, diz que não será candidato. Mas vai que…