Da Bahia, o acarajé e o vatapá; do Espírito Santo, a moqueca capixaba; do Rio Grande do Sul, a costela bovina na brasa; do Pará, o pirarucu com açaí. Cada estado brasileiro tem as suas comidas típicas, cujos aromas e sabores ajudam a contar um pouco da história destes lugares, destacando suas particularidades. Mas em São Paulo, estado construído pela união de pessoas dos mais variados estados brasileiros e países? Existiria uma culinária tipicamente paulista ou seria um mero amontoado de pratos, das mais variadas procedências?
Foi justamente para responder a perguntas como esta que a Secretaria Estadual de Turismo criou o concurso gastronômico Sabor de SP. O Estado foi dividido em 15 regiões e em cada uma foi realizada a seleção dos melhores pratos. O regulamento é simples e claro: as receitas devem conter ingredientes típicos da região, ter relação direta com a cultura e história do lugar e, evidentemente, ser saborosa.
Assim, no ano passado, ganharam destaque delícias como o “Trem de milho”, da região de São Carlos, a “Galinhada na panela” de Marília, o “Peixe da fumaça com banana” de Cananeia e o “Cuzcuz de frutos do mar” de Ubatuba.
“Estamos num processo de resgate daquilo que a gastronomia paulista tem de melhor”, destaca o secretário-adjunto de Turismo, Maurício Juvenal. “São Paulo é um estado que recebe gente do Brasil e do mundo. Isso fez com que aquelas características primárias da culinária típica fossem se perdendo”.
As melhores receitas da região
Santos vai sediar a 15ª e última etapa classificatória do Sabor de SP. Na segunda-feira (10), às 17h, será realizada uma degustação pública de 10 pratos, que foram selecionados, entre 61 receitas inscritas, por 15 chefs renomados. Para a degustação dos pratos, é necessário adquirir uma cartela ao custo de R$ 10,00, que dá direito a todas as degustações. A disputa acontece na na Estação Bistrô, restaurante-escola que funciona na sede da Secretaria de Turismo de Santos (Largo Marquês de Monte Alegre, s/n.º, Valongo), em frente ao Museu Pelé. Serão escolhidos quatro pratos, que participarão da grande final, nos dias 22 e 23, no Parque Villa Lobos, em São Paulo.
E mais!
Cozinheiro Ítalo-caipira dá aula
Antes do concurso, às 15h, o chef Jefferson Rueda (considerado o segundo melhor do Brasil) ministra uma aula culinária no Museu Pelé. Nascido em São José do Rio Pardo e neto de italianos e espanhóis, Jefferson Rueda define a gastronomia que produz como “Cozinha Ítalo-Caipira”: no comando do Attimo, restaurante paulistano inaugurado em junho de 2012, ele serve pratos preparados com modernas técnicas de cocção aliadas à sabedoria popular aprendida das panelas de tias e avós. As inscrições para participar deste evento se encerraram na sexta-feira (7).
