O Vale do Conchagua é o melhor para o enoturismo no Chile. A região, que fica a 177 quilômetros de Santiago, possui 52 hotéis e 13 vinicolas abertas para visitação. Há mais de 15 anos, é o de maior estrutura turística, sendo que em 2005 recebeu o prêmio como a melhor região vitivinícola do mundo.
Nela, encontramos as vinícolas Casa Silva, Viu Manent, Casa La Postole, Vila Montes e Vina Ventisqueiro. Todo ano, na época da colheita (março) a região fica lotada de turistas, que participam da festa da colheita.
O local é conhecido como “vale dos tintos” devido ao clima, temperado mediterrâneo, e ao solo, granítico e aluvião. As uvas Carmenere, Cabernet Sauvignon, , Shyraz, e Merlot são mais plantadas. Sete anos atrás começaram a plantar uvas brancas. Devido ao nevoeiro que vem do Oceano Pacífico, o sol só aparece após as 10h – em alguns dia, somente após o meio-dia.
Deste vale, destaco o Ventisqueiro o Grey 2013: um bend das uvas Garnacha (50%), Carinena (30%) e Monastrel (20%). De vermelho rubi não muito intenso,apresenta bom corpo, taninos redondos, aromas de cassis e chocolate. Na boca, é frutado e com boa persistência.
Outro rótulo interessante é o Casa Silva micro terroir 2008 Carmenere. Para sua produção, todas as uvas foram colhidas do mesmo vinhedo e com a colheita manual . De coloração vermelho escuro, possui aromas vegetais e de frutas vermelhas. Na boca, taninos macios e sedosos. Um clássico Carmenère! Mais ao sul de Santiago, encontramos os vales de Maule e Curico: é a região vinícola mais extensa do Chile, conta com 10 vinícolas abertas ao turismo. Dentre elas, a espanhola Miguel Torres.
No Maule, encontram-se as vinhas mais velhas e muitas recuperadas, principalmente as de uva Carignan (Carinena), com a qual são produzidos excelentes vinhos.
De três vinhos varietais que degustei, destaco o RE-nasce. Elaborado com uvas de vinhedos de 1950, é produzido artesanalmente, no modo antigo. No preparo, o vinho descansa em tinas de barro por três meses. Apresenta aromas de frutas doces; no paladar, é sedoso e elegante com estrutura bom equilíbrio e oferece um final de boca longo e doce. Podemos ver o potencial dos vinhos chilenos com esta uva Carignan.
Para finalizar, bem ao sul temos os vales do Bio Bio e o Lago Ranco, que são regiões em experiência na viticultura chilena. Bio Bio fica a 400 quilômetros de Santiago e Lago Ranco, a 930 da capital chilena. São bons lugares para ir no verão, pois é onde os próprios chilenos vão passar suas férias.
Trata-se de uma região onde as uvas brancas se adaptaram bem, devido ao clima mediterrâneo, solos vulcânicos e graníticos. As uvas plantadas ao lado do lago e nas encostas produziram o melhor Chardonnay do Chile, o Aquitania Sol a Sol. Degustei o da safra 2009: passado por barricas de madeira, exibe amarelo ouro, perfuma aromas minerais e, na boca, é untuoso e complexo.
Espero que este rápido passeio pelas regiões vinícolas do Chile inspire o leitor a provar os vinhos deste agradável país.