Trata-se de um complexo urbano espalhado por 118 ilhotas banhadas por pequenos canais, dividido em seis bairros: Cannaregio, Castello, Dorsoduro, San Marco, San Polo e Santa Croce.
A cidade é toda cercada por água e sua esplêndida arquitetura cria um cenário de museu a céu aberto, com prédios centenários quase afundados na água. O vaivém de gôndolas (com gondoleiros vestidos a caráter) completa o clima romântico em um nível quase inimaginável, que atrai multidões de turistas todos os anos.
Labirinto de ruas
O labirinto de ruas de Veneza é um convite para explorar becos, praças e vielas da cidade. Essa geografia surgiu durante as invasões bárbaras, intensificadas nos séculos 5 e 6, quando habitantes de povoados do Vêneto e de regiões vizinhas eram forçados a fugir para onde pudessem, inclusive para essas pequenas ilhas. Novas comunidades insulares foram se formando e, por volta do século 10, Veneza já era uma força comercial que se espalhara pelo Mediterrâneo, conquistando territórios que se estenderam até a Grécia. Tal poder propiciou também o desenvolvimento cultural e arquitetônico da cidade.
Atrações a perder de vista
A própria cidade já é uma atração por si. Andar a pé e se deixar vagar pelas inúmeras ruelas, pontes, praças e lojinhas é um programa para aqueles que gostam de se ambientar ao local – e fazer comprinhas, por que não. Veneza abriga grandes museus como o Accademia, o Ca’Rezzonico, o Peggy Guggenheim ou o Punta della Dogana. O destaque maior está no entorno da Piazza San Marco, com sua magnífica basílica, o farol-campanário e o Palazzo Ducale, o elegante edifício dos poderosos doges da República Veneziana.
Piazza San Marco – Cartão-postal de Veneza, lá estão a Torre do relógio (dell’orologio) com o seu relógio astronômico; o belo edifício da Basílica de San Marco, edificada no ano 828; o Palazzo Ducale, com seu magnífico salão e telas de Tintoretto; e a Torre Campanário, de onde se tem uma vista panorâmica da cidade. Próximo dali fica a Ponte dos Suspiros, que recebeu o nome não por evocar o amor, mas por ser caminho dos presos condenados à morte.
Ponte Rialto – Antigamente, a bela ponte era a única maneira de atravessar o Gran Canal, ligando o bairro de San Marco a San Paolo e Santa Croce. Atualmente, ela divide essa honra com a ponte da Accademia. A ponte é repleta de lojinhas e ambulantes vendendo todo tipo de souvenirs.
Igreja Santa Maria della Salute – Um dos cartões-postais de Veneza foi erguida no século 17 pelo arquiteto Baldassare Longhena. Dentro, estão joias do barroco e quadros de Tintoretto e Ticiano.
Peggy Guggenheim – Inaugurado em 1951 no Palazzo Venier dei Leoni (do século 18), o museu abriga uma das maiores coleções de arte do século 20, abrangendo desde o gênio catalão Miró ao abstrato americano Pollock, passando por surrealistas como Dalí e Magritte.
Galleria dell’Academia – Localizada junto à igreja de Santa Maria della Carità Farto e do mosteiro de Canonici Lateranensi, projetados por Andrea Palladio, possui um vasto e interessante acervo de artistas de Veneza e do Vêneto, do século 14 ao 18, passando pela Renascença. Entre os destaques estão Tintoretto, Ticiano, Tiepolo, Veronese e Canaletto.
Murano e Burano
Existem duas outras ilhas satélites de Veneza que merecem ser visistadas: Murano e Burano. Em Murano estão concentrados desde 1.291 os produtores de vidros e cristais (os famosos cristais de Murano). Além de a cidade ser bem pitoresca, pode-se fazer um tour nas fábricas e conhecer a produção. Já em Burano, conhecida como a “ilha colorida da renda”, o charme fica por conta das casas, cada uma pintada de uma cor. As rendas são tradição em Burano desde o século 16 e seu desenvolvimento passou por diferentes técnicas empregadas até hoje em confecção artesanal. Outra especialidade local são as máscaras de carnaval veneziano.