Há mais de dez anos, a indústria nacional produz, anualmente, milhões de carros com motores flex. Mas, ainda hoje, existem muitas dúvidas a respeito do funcionamento e dos cuidados que se deve ter com esse tipo de motor. “Quando pensamos nos motores flex, surgem muitas dúvidas: qual combustível devo usar, preferencialmente? Qual é o melhor, álcool ou gasolina? Qual é mais econômico? Que cuidados devo tomar em relação ao abastecimento nos postos? Posso misturar os combustíveis? É verdade que o motor flex dura menos? Com explicações sobre esses pontos, é possível tranquilizar os proprietários e ajudá-los a cuidar melhor de seus carros”, afirma Emerson Bernardes, sócio-fundador da WeCare Auto, consultoria de serviços para proprietários de automóveis no Brasil.
Segundo o especialista, os veículos flex são equipados com mais sensores e sistema de injeção e ignição, que se adaptam a cada tipo de combustível. “Ao contrário do que a maioria imagina, a manutenção é bastante simples”, diz ele. Com experiência de mais de 25 anos no mercado de serviços, incluindo seguros para automóvel, Bernardes desmistifica algumas situações e dá dicas de como cuidar melhor aproveitar o máximo do motor flex.
Mitos e Verdades
Motores flex duram menos.
Mito: Os motores flex são projetados para ter a mesma durabilidade de um motor monocombustível.
Não é preciso esperar um combustível acabar para colocar outro
Verdade: Os motores flex são construídos para ser abastecido e funcionar com qualquer proporção de etanol e gasolina.
Motor vicia quando colocamos apenas um tipo de combustível
Mito: Os motores flex são fabricados para funcionar com um ou outro combustível (etanol e gasolina) e não “viciam” naquele mais usado.
Os primeiros abastecimentos devem ser apenas com gasolina
Mito: Os motores flex funcionam com etanol, gasolina ou a mistura dos dois, em qualquer proporção.
O Etanol deixa o carro mais forte e a gasolina rende mais
Verdade: Etanol significa maior potência e gasolina maior autonomia.
Motores flex não funcionam bem quando se mistura etanol e gasolina ou está frio
Mito: Os motores flex atuais contém soluções tecnológicas que possibilitam a partida do veículo com qualquer um dos dois combustíveis, ou a mistura deles, independentemente das condições do tempo.
Há dois grandes tanques de combustível
Mito: O tanque é o mesmo para ambos os combustíveis.
Motores flex não são prejudicados ou menos prejudicados por combustíveis adulterados
Mito: Os motores flex possuem uma tecnologia que ajusta automaticamente a mistura para cada tipo de situação de uso, ou seja, se você estiver usando combustível adulterado pode não sentir diferença durante a direção já que o motor se ajusta automaticamente, porém, ele está sendo prejudicado.
Os motores flex são mais econômicos
Mito: Os motores flex são na verdade menos econômicos na questão autonomia, pois, foram projetados para trabalhar com dois combustíveis, em qualquer proporção de mistura, o que faz com que eles gastem mais combustível que os veículos monocombustivel.
Principal vantagem do motor flex: Decidir com qual combustível abastecer o carro, de acordo com a tabela de preços.
Principal desvantagem do motor flex: Por trabalhar com muitos valores intermediários, a autonomia e o desempenho do motor flex nunca serão iguais as de um motor monocombustível, ou seja, não será tão potente como um motor a etanol e nem tão econômico como um motor a gasolina.
Como fazer a escolha do combustível?
De acordo com os consultores da WeCare Auto, existem duas maneiras simples de fazer o cálculo para saber qual combustível está valendo mais a pena:
Genérica – de maneira geral, um veículo abastecido com etanol gasta cerca de 30% mais combustível que com gasolina. Sendo assim, o uso do etanol será vantajoso se o litro custar até 70% do valor do litro da gasolina;
Específica – para cada veículo, há uma porcentagem específica do etanol em relação à gasolina, que pode variar para mais ou para menos destes 70%. Então, para fazer o cálculo, deixe o tanque de combustível quase vazio, anote a quilometragem marcada pelo odômetro no painel do veículo, complete-o somente com gasolina e utilize o veículo em trajetos usuais do dia a dia. “Quando o tanque esvaziar, anote novamente a quilometragem e calcule quantos quilômetros rodou com a gasolina. Complete o tanque somente com etanol e faça o mesmo percurso. Quando o tanque estiver quase vazio, anote a quilometragem, verifique quanto conseguiu rodar com o etanol e faça o comparativo”, ensina o especialista.