Sala de Ideias

Clareando as classificações de alimentos

02/10/2023
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Bárbara Romano

Ao falarmos de alimentos e/ou preparações, há uma ampla gama de informações que podemos desmembrar. Mesmo um alimento sendo uma junção de vários componentes (geralmente macro e micronutrientes), e, diferentes quantidades e proporções, existem algumas classificações alimentares que tem funções importantes.
Ao categorizar os alimentos, é possível agrupar os semelhantes, facilitar comparações e substituições dentro de um mesmo grupo e organizar conceitos, estudos e planejamento alimentar.
Alguns exemplos de grupos que podemos dividir os alimentos são:

Cereais – que incluem arroz, trigo, aveia, milho e, consequentemente, os alimentos que vem deles como pães, massas, torradas, pipoca…
Leites e derivados – leites, iogurtes, queijos diversos, requeijão, creme de ricota…
Raízes e tubérculos – como batata, mandioquinha, mandioca, inhame…
Hortaliças – que podemos incluir as verduras e legumes crus, cozidos e refogados, por exemplo…
Leguminosas – feijão, grão de bico, lentilha, ervilha…
Oleaginosas – como nozes, castanhas, amêndoas, amendoim, avelãs…

Esses são alguns exemplos, e dentro de cada grupo existem características nutricionais semelhantes, como maior/menor teor de carboidratos, fibras, proteínas, gordura, cálcio, ferro…
Olhou para essa lista acima e pensou que tem algum alimento em um grupo que você achava que não seria o seu lugar? Isso é bem comum, pois até a própria característica física do alimento, a forma como preparamos e crenças gerais da sociedade nos moldam a fazer associações. Por isso, viemos dar alguns exemplos comuns de classificações “equivocadas” que observamos nos atendimentos.
O milho e a ervilha costumam causar um pouco de confusão, porque eles comumente são incluídos junto das saladas, de preparações com frango/carne ou em tortas. Mas o milho é um cereal com uma quantidade significativa de carboidratos, e dependendo do seu planejamento alimentar e objetivos, o consumo mais à vontade (como se fosse salada) pode ter um impacto; assim como a ervilha, que pertence ao grupo das leguminosas.
A salada de batata também pode gerar conflitos, até pelo nome próprio nome. Mas mesmo chamando de salada, a batata pertence ao grupo os tubérculos, que também tem uma quantidade maior de carboidratos quando comparado as hortaliças.
Preparações como carne de panela com mandioquinha, inhame, mandioca são tradicionais e costumam ser chamadas de carne com legumes. A montagem dos pratos que contem essa preparação geralmente acompanha outros alimentos fontes de carboidratos, como o arroz; e esquecemos que esses acompanhamentos na carne também são fonte de carboidratos.
A azeitona, alimento clássico de saladas, recheios, patês e aperitivos, pode ter suas características nutricionais confundidas. É uma fruta, mas é caracterizada por uma quantidade de gordura importante, e consequentemente de calorias. Geralmente é adicionada nas preparações e/ou saladas em maior quantidade, e esse consumo a vontade pode ter impacto na alimentação geral do dia sem vocês saberem.
Lembrou de mais algum alimento que tem dúvidas? Pode me perguntar =)

*Bárbara Romano – CRN 3: 4548-4. Nutricionista pós-graduada em Nutrição, Metabolismo e Fisiologia do Exercício pela USP

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