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Quantidade e variedade de apoios blindam Márcio França na reforma ministerial

28/07/2023
Foto Valter Campanato/Agência Brasil

Os apoios recebidos por Márcio França para que permaneça como ministro de Portos e Aeroportos tornaram praticamente nulas as possibilidades de ele sair do governo. O boato de que uma troca na pasta poderia fazer parte da reforma ministerial para abrigar políticos do Centrão no governo Lula provocou reações das mais variadas partes —de sindicatos de trabalhadores e entidades empresarias, passando por deputados, prefeitos e lideranças comunitárias.

Um dos primeiros a se manifestar, o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) afirmou que uma eventual saída de Márcio França seria um retrocesso. “Ter um representante da Baixada Santista nesta importante pasta é uma janela de oportunidades única para a região, que tem colhido ótimos frutos, já que o Márcio conhece como poucos as nossas necessidades”, argumentou.

 

Empresas e trabalhadores

A permanência de Márcio França também é defendida pela Federação Nacional dos Portuários, entidade que reúne os profissionais desta categoria em todo o país. “Aquelas que prezam e respeitam as boas práticas administrativas e políticas consideram (a eventual a saída de Márcio França) uma catástrofe, um retrocesso, para as relações do governo federal com a comunidade portuária”, diz carta da entidade enviada diretamente o presidente Lula.

A Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop), entidade que reúne empresas do setor, considera que uma mudança já no primeiro ano da gestão petista seria um sinal negativo sobre a falta de previsibilidade para os próximos anos. “Toda mudança de governo é tensa, mas entendemos que a última ocorreu de forma positiva. França nomeou profissionais reconhecidos pelo mercado e assim não tivemos solavancos. O setor não tem posição contrária a nomes, mas temos posição favorável à estabilidade”, disse o presidente da entidade, Sérgio Aquino.

A Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), avalia que a saída seria prematura e negativa para a categoria. “A sinalização que o ministro tem dado para o setor é extremamente positiva, com abertura ao diálogo e andamento em questões fundamentais, dando fluxo a programas e desburocratizações”, diz o seu diretor-presidente, Jesualdo Silva. “Esperamos que a saída siga sendo apenas rumores”, completa.

 

Na pior das hipóteses, queda para cima

Se a saída do Ministério de Portos e Aeroportos passar do status de boato para realidade, Márcio França permaneceria no primeiro escalão do governo. Nesse caso, a hipótese mais provável é o vice-presidente Geraldo Alckmin abrir mão do comando do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) para Márcio ocupar o cargo.

Na prática, seria uma queda para cima, pois o Mdic é um ministério com mais visibilidade e orçamento.