A educadora Lúcia Teixeira destacou a importância do processo educacional durante o V Encontro Internacional de Reitores Universia, realizado em Valência, na Espanha. Ela representou a Universidade Santa Cecília no evento, que reuniu cerca de 700 líderes universitários mundiais e teve a presença do presidente da Espanha, Pedro Sanchéz.
O foco do encontro foi ressaltar o papel da universidade como força motriz para um desenvolvimento econômico mais sustentável. Ao participar do debate “Acompanhando a formação ao longo da vida”, Lúcia Teixeira reforçou que aprender não é uma atividade ou um lugar, é uma força. “É descobrir nos alunos capacidades que eles nem imaginam ainda ter, para que possam cuidar de si, dos outros, desse mundo com tantas desigualdades sociais, conflitos, ameaças às democracias e ao meio ambiente. Educação deve ser contínua, estar presente em toda a vida. Aprender a conviver bem com a tecnologia, importante para o futuro do trabalho, sua natureza mutável e a para uma formação crítica de cidadania digital. Alfabetização digital implica o uso responsável das tecnologias”, afirmou Lúcia, que é presidente do Semesp, entidade que representa instituições de ensino superior no Brasil.
Para a educadora, a discussão e o debate devem levar a ações efetivas para que os estudantes estejam preparados para atuar e transformar o mundo. O pensamento crítico, criativo e a imaginação podem trazer uma reestruturação cognitiva, com a liberdade intelectual de aprender com os erros. A educação problematizadora exige colaboração, transcender os limites disciplinares para encontrar soluções viáveis e criativas, desaprender de certos padrões rígidos e preconceitos. Na universidade cada vez mais convivemos com um público intergeracional e intercultural e essa realidade deve ser a tônica de uma sociedade inclusiva”.
Outro ponto levantado na apresentação foi a necessidade de incluir os alunos como parte ativa no processo de ensino, convivendo e se valorizando para dar sentido à sua aprendizagem e à própria vida. “Nesse mundo caótico, muitos não veem perspectivas. No Brasil na população jovem, de 18 a 24 anos, só 18% conseguem chegar ao ensino superior. A maior parte está nas universidades privadas. No mundo e no Brasil precisamos aumentar o financiamento mundial para a educação”, disse Lúcia, que é mestre e doutora em Psicologia da Educação, escritora e pesquisadora.
Homenagem a Rita Lee
Lúcia lembrou Rita Lee, falecida ontem, homenageando a criatividade, a mulher brasileira, a que lutou pela liberdade e pela alegria. “Uma das suas músicas diz: Enquanto estou viva e cheia de graça, ainda posso fazer muita gente feliz. O nosso trabalho educativo tem a ver com isso, orientar para que nossos alunos transformem nossas sociedades, ser e fazer mais pessoas felizes e contribuir para os desafios econômicos, sociais e sustentáveis de agora e do futuro”.
Além da educadora, também participaram do debate, Joan Guàrdia Olmos, Reitor da Universitat de Barcelona (UB – Espanha); Edward Embrecht, Reitor Universid Peruana de Ciências Aplicadas (UPC- Peru) e Alexandra Brandão, Responsável global de recursos humanos do Grupo Santander (Portugal). A moderação foi de Guillermo Arduino, que trouxe as perguntas do público.
Os debates são em torno de três eixos principais: aprendizagem ao longo da vida; promoção do empreendedorismo e da inovação; redes e interconexão entre as universidades.