Évora faz parte da rede de cidades mais antigas da Europa.
Sua fundação é atribuída à época da dominação romana. No entanto, existem alguns vestígios de presença humana de mais de 6 mil anos.
Uma prova disso são os menires, monumentos de pedra, em círculo, na localidade de Almendres.
A cidade, situada a 100 quilômetros de Lisboa, recebe muitos turistas, que se extasiam com suas ruazinhas no centro, entre muralhas. E com monumentos bem conservados, como o Templo a Diana.
Mas, o mais excepcional é a Capela dos Ossos.
Os frades franciscanos chegaram na região, no Século XIII. Seu objetivo era pregar a fé e a humildade. Construíram uma igreja e uma escola.
Foi no interior do que hoje é um imponente monumento da cidade, a igreja, que os franciscanos resolveram criar um espaço para intensa reflexão sobre a vida.
Queriam algo verdadeiramente tocante. Para isso, fizeram um monumento à morte.
A morte, única certeza que temos, inimiga do nosso instinto de conservação, da nossa vontade de viver.
Ao construírem a capela, também resolveram um problema da cidade, que desejava desativar mais de 40 cemitérios abandonados e não sabia que destino dar a tantos esqueletos.
Os monges os requisitaram e os colocaram nas paredes e nas colunas, unidos por uma massa cinzento azulada.
Parece algo macabro. Mas, quem visita a capela observa que a estética é muito interessante. Centenas de crânios, fêmures e colunas vertebrais se acomodam, num estranho mosaico.
Embora tenha se tornado um local turístico, cumpriu seu objetivo inicial: um lugar para meditação e estímulo à humildade.
Começando pela inscrição na porta de entrada: “Nós, ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos”.
[com base em texto de Eugênio Mussak e da Red. do Momento Espírita]
Cada um que visita a Capela dos Ossos tem uma reação particular. Alguns sentem acender sua religiosidade. Para outros, é simples curiosidade histórica.
Entretanto, a grande mensagem é mostrar que a vida é breve.
Por isso, a devemos viver com intensidade, com responsabilidade, com humildade.
Para que brigarmos tanto, para que disputarmos tanto, se a vida é tão curta?
E, afinal, por que nos apegarmos tanto a ela?
A grande inspiração provocada pela capela é de que a brevidade da vida é um dos elementos que a fazem ser tão maravilhosa.
A sabedoria, portanto, está em sabermos viver cada minuto das nossas vidas, valorizando as relações afetivas.