Rodrigo Constantino é um dos mais inconformados e critica Bolsonaro: “Cão que ladra, não morde”.
Os chamados “bolsonaristas raiz”, aqueles que defendem um golpe militar para impedir a posse do presidente eleito, Lula da Silva, entraram no modo desespero.
Irritados, começam a perceber que o seu “mito” fez ameaças que não terá capacidade de cumprir – basicamente por falta de apoio militar.
De Miami, onde faz comentários para a Rádio Jovem Pan, um dos veículos de imprensa mais identificados com o bolsonarismo, o comentarista Rodrigo Constantino vai fundo, ao se referir ao comportamento do presidente: “Cão que ladra não morde”.
Rodrigo Constantino acredita que Bolsonaro iludiu seus devotos seguidores: “Chega! Acabou, pô! Canalhas!”
“E nada acontecia”, diz inconformado o comentarista da Jovem Pan, que relembrou as falas do líder em tom de profunda decepção.
Constantino está convencido de que admiradores de Bolsonaro “foram alimentando a expectativa de que ele tinha sempre uma carta na manga, alguma coisa que podia fazer, uma bala de prata para salvar a democracia aos 45 do segundo tempo. E a imagem que a gente está tendo acesso é que isso parece cada vez mais improvável”.
O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), um dos maiores defensores do presidente, vai ainda mais fundo.
Ele afirma que o silêncio de Bolsonaro “beira a covardia”.
“Pessoas estão se divorciando, estão em crise no casamento porque resolveram acampar mais de 40 dias na frente de quartéis. Temos brasileiros que perderam o emprego, que estão em situação lamentável, movidos pelo amor à pátria e pela confiança no presidente da República. Ele (Bolsonaro) não tem o direito de estar em silêncio ou de liberar frases enigmáticas. O presidente precisa falar claramente ao seu povo. Se ele não fizer isso, sairá pequeno. Sofrerá a maior derrota de todas, que não será a das urnas, ele saiu ainda grande demais, com um capital político maravilhoso. Mas, se ele não parar de blefar, aí sim sua derrota terá sido avassaladora”.
Definitivamente, a maionese azedou para os bolsonaristas radicais, mas o amigo da família e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro,
Fabrício Queiroz, saiu em defesa do presidente e condenou a fala do deputado Otoni de Paula.
“Não entendi nada. Queria saber se ele foi para a frente dos quartéis, apoiou em algum momento. Porque surfar é muito fácil. De surfistas nós estamos cheios. E seja qual for o destino que o capitão decidir, eu estarei do lado dele. Estou pronto para o combate. Surfar é muito fácil, quero ver você ser patriota, Brasil. Deus e democracia. Surfar é mole. Com todo respeito, deputado, falou merda”, conclui Queiroz.
Pois é.
Assim está o clima entre os apoiadores mais radicais de Bolsonaro.
Enquanto alguns se mostram decepcionados, outros, como Queiroz, se dizem prontos para o “combate”.
A pergunta que fica é:
Que combate?