A escritora Madô Martins está lançando seu novo livro de crônicas produzidas durante a pandemia, Longos Dias, uma compilação de 56 crônicas escritas pela autora e publicadas na revista Rubem e no jornal d’A Tribuna.
“Eu escrevi todo domingo, por 21 anos, sem falhar um domingo. Por isso, eu tinha muito material. Com a pandemia, notei que eu tinha muitas crônicas a respeito disso e decidi fazer essa reunião até para mais tarde servir de uma forma de retrato da época.”, comenta a jornalista.
Madô datou as crônicas para que, assim, elas pudessem ilustrar de formar clara a evolução da pandemia. Desde o início onde não tínhamos muita ideia do que se tratava, passando pelas primeiras medidas preventivas, implementação do uso de máscara e o isolamento.
Para Madô, enquanto escritora, a pandemia foi muito boa. “A gente tem muito mais tempo, não toca telefone, não tem visita, não tem requisição. Então ficamos mais livres para ler e escrever, porque é uma coisa cíclica, quando você lê uma coisa boa já da aquela vontade de escrever”, afirma em bom humor.
A escritora da dicas para quem gosta de escrever. Segundo ela, ler outras pessoas, não se limitando ao material já conhecido e participar de concursos, podem ser coisas muito inspiradoras. “Eu ganhei meu primeiro prêmio literário em 86, se não me engano, num concurso de contos do sindicato dos petroleiros e desde lá não parei mais. E concurso é muito bom porque você tem uma noção das tendências do momento e se posiciona em meio a outros escritores e isso é muito interessante”, complementa.
Além disso, ela aconselha o escritor aspirante a não se censurar, colocar as ideias no papel, escrever seu texto e depois aperfeiçoar o trabalho. “Somos todos escritores natos”, ela afirma. Outra dica da escritora, é para que se busque a opinião de terceiros, principalmente alguém que seja abalizado, que possa te dar uma orientação.
A jornalista acredita que um texto não precisa ser grande para ser bom. De acordo com ela, desde que o texto seja conciso, claro e com as ideias bem conectadas, é possível fazer um bom texto com poucas linhas, como os tempos atuais acabam exigindo. “Eu acho que nunca se leu tanto, com as pessoas dentro de casa – sem muita opção do que fazer – as pessoas buscam a leitura como uma opção. Eu acho que a literatura nunca vai acabar porque é um reflexo da nossa fala”, afirma.
Confira a entrevista na íntegra: