Cinema

Destaque da semana: Mulher-Maravilha 1984

19/12/2020
Destaque da semana: Mulher-Maravilha 1984 | Jornal da Orla

Demorou, mas chegou. Após inúmeros adiamentos e incertezas se seria lançado nos cinemas ou direto em streaming, finalmente chega ao grande público Mulher-Maravilha 1984. Em um ano tão difícil o qual estamos todos passando, com diversos acontecimentos que evidenciaram o pior no ser humano, seja na falta de empatia ou no senso de coletividade em que vivemos, eis que surge um filme com uma assustadora sintonia com os tempos atuais e ao mesmo tempo com uma mensagem cheia de esperança e coração, transformado em um blockbuster empolgante, divertido e cheio de nostalgia, mas também capaz de fazer o público refletir e se emocionar.

Mulher-Maravilha 1984 acompanha Diana Prince/Mulher-Maravilha (Gal Gadot) em 1984, durante a Guerra Fria, entrando em conflito com dois grande inimigos – o empresário de mídia Maxwell Lord (Pedro Pascal) e a amiga que virou inimiga Barbara Minerva/Cheetah (Kristen Wiig) – enquanto se reúne com seu interesse amoroso Steve Trevor (Chris Pine). O filme é mais uma vez dirigido por Patty Jenkins e aqui, a diretora opta mais uma vez por focar na natureza, motivações e coração de seus personagens, abdicando de uma cansativa e habitual ação desenfreada que vemos em outros títulos do gênero. A diretora acerta ao evocar o espírito de altruísmo, empatia e ternura da personagem em uma cultura que considera que ser forte é ter força bruta e derrotar inimigos ao mesmo tempo que constrói excelentes sequencias de ação com ares aventurescos, como a épica sequencia inicial ou a empolgante e inventiva cena do comboio no deserto.

O roteiro, escrito pela diretora em parceria com Geoff Johns, é bem sucedido ao conseguir provocar o público com questões políticas e sociais, mas sem deixar de lado a essência de sua produção. Os diálogos são bem escritos e todos os personagens são multidimensionais e possuem motivações coerentes, mesmo que algumas vezes não concordemos com algumas delas, ao mesmo tempo que apresenta uma sociedade consumista e individualista, sucumbindo em seus próprios impulsos. 

Tecnicamente, o longa mantém o mesmo padrão de qualidade de seus personagens, com diversas cenas primorosas feitas com efeitos práticos, que possibilita um visual mais convincente e imersivo, aliado a uma empolgante trilha sonora de Hans Zimmer (sempre ele!) que consegue potencializar ainda mais o impacto das cenas mais marcantes do longa, como a que a heroína aterrissa do céu com sua armadura dourada.

O elenco é recheado de excelentes performances, começando pelo impagável vilão vivido por Pedro Pascal que constrói um complexo antagonista que acredita fielmente não estar fazendo nenhum mal. Outro acerto é da atriz Kristen Wiig que interpreta uma femme fatale implacável com uma interessante transição ao passo que Chris Pine traz novamente seu charme e timing cômico ao papel. Mas o grande destaque fica com Gal Gadot, que nasceu para ser a Mulher-Maravilha onde mais uma vez traz a leveza, inocência e pureza do primeiro filme.

Mulher-Maravilha 1984 é o filme que o ano de 2020 precisava. É leve, divertido, entrega toda a magia que precisamos no momento com uma mensagem tocante e essencial para os corações de um mundo ainda em quarentena.

Curiosidades: Pedro Pascal disse que se inspirou em Donald Trump e Gordon Gekko para viver seu papel.

 

 

 

 


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