Blog do Carpentieri

A diferença entre eles

10/11/2020
A diferença entre eles | Jornal da Orla

“Eu imploro para que vocês usem máscara”. 

A frase, por si só, proferida segunda-feira (9), pelo presidente eleito dos EUA, Joe Biden, mostra a gigantesca diferença entre ele e o presidente Donald Trump, a quem vai suceder a partir de 20 de janeiro. Como disse Biden, esta não é uma questão ideológica.

Trata-se de uma luta de vida ou morte.

A Covid-19 não tem viés ideológico.

O vírus não pergunta se a vítima é de esquerda, direita ou de centro.

Sejamos francos: Trump estava com a reeleição na mão e só perdeu porque tratou a pandemia como uma “gripezinha”.

No Brasil, vimos um filme igual.

Bolsonaro seguiu caninamente seu líder e deu no que deu.

EUA e Brasil são os dois países com mais vítimas fatais da Covid-19 em todo o planeta.

Por muito tempo Trump andou sem máscara e incentivava seus apoiadores a adotar o mesmo comportamento. 

Por aqui, Bolsonaro fez a mesma coisa.

Não por acaso, Trump e Bolsonaro contraíram a doença.

Tiveram sorte de escapar com vida, mas o mesmo não aconteceu com milhares de compatriotas.

Nos EUA e Brasil mais de 400 mil famílias estão enlutadas.

Só Deus sabe quantas dessas vidas teriam sido poupadas se Trump e Bolsonaro tivessem seguido o exemplo de outros líderes mundiais e incentivado americanos e brasileiros a adotar medidas preventivas recomendadas por cientistas.

As urnas castigaram Trump em 2020, mas a pena imposta – a demissão – é pequena diante de suas atitudes irresponsáveis em meio à pandemia.

É bem provável que o julgamento da História seja mais severo.

De todo o modo, é um alívio constatar que o primeiro ato do presidente eleito da maior potência do mundo seja o de nomear uma equipe de cientistas para enfrentar a pandemia.

Biden também já anunciou que vai lutar pela preservação do planeta – uma decisão imediata é retornar ao Acordo de Paris.

Certamente também haverá avanços em questões relacionadas a direitos civis, respeito às minorias e liberdade de expressão.

Segundo a imprensa americana, Donald Trump mentiu 22.000 vezes (não é engano, são vinte e duas mil vezes) durante o período em que exerceu a presidência.

Não pode ser algo normal.

Seria engano, no entanto, acreditar que a derrota de Trump, um narcisista egocêntrico e mentiroso contumaz, representa o fim do conservadorismo alucinado nos EUA – afinal, ele obteve mais de 71 milhões de votos.

Mas o resultado da eleição americana nos faz acreditar que ainda há esperança para a raça humana.