Sem cair no mérito das questões sobrenaturais atribuídas a Jesus Cristo (tema de outro texto nesta edição especial), há várias evidências científicas de que o inspirador do Cristianismo de fato existiu.
Diversos estudiosos (historiadores, arqueólogos e até médicos legistas) indicam várias evidências da existência de um homem chamado Jesus, que viveu na Galileia há cerca de 2 mil anos e que atraiu a atenção de muita gente.
“Do ponto de vista metodológico, parece bastante claro que ele realmente existiu”, garante André Chevitarese, professor do Instituto de História da UFRJ e autor dos livros “Jesus Histórico – Uma brevíssima introdução” e “Cristianismos: questões e debates metodológicos”. No entanto, os historiadores deixam claro que seu objeto de estudo não é um ser divino com poderes sobrenaturais, mas sim o ser humano.
Para os pesquisadores, o que comprova de modo incontestável a existência de Jesus são diferentes pessoas, que viveram em épocas e locais distintos, sem a possibilidade de terem tido contato umas com as outras, fizeram relatos extremamente semelhantes. É o que chamam de múltipla confirmação.
André Chevitarese destaca que muitos destes autores são seguidores do Cristianismo, mas há também judeus e romanos, que nunca se tornaram cristãos. “Isso permite afirmar, de modo muito seguro, que Jesus é um personagem histórico, não estamos no campo da mitologia”, afirma.
Ao longo das últimas décadas, arqueólogos têm resgatado materiais preciosos que reforçam episódios relatados em passagens bíblicas ou em obras de autores não-cristãos: vestígios de embarcações de pesca utilizadas pelos discípulos de Cristo na época, construções na cidade de Cafarnaum (por onde Jesus passou em diversas ocasiões) e até mesmo um anel que teria pertencido a Pôncio Pilatos —o romano responsável pelo julgamento de Jesus que, no fim das contas, lavou as mãos.
Homem de Nazaré
Segundo a maior parte dos historiadores, Jesus não nasceu em Belém, como registram as passagens bíblicas, mas em Nazaré – uma pequena aldeia montanhosa da Galileia, que não tinha mais do que 500 habitantes.
“A aldeia não tinha nenhuma relevância política, não possuía construções públicas ou sinagogas. Os escritores dos Evangelhos mudaram o lugar por razões teológicas, para que o nascimento de Cristo confirmasse algumas profecias do Antigo Testamento”, diz Chevitarese.
Os historiadores acreditam que Jesus passou a maior parte do tempo pregando nesta região e a primeira grande cidade que visitou foi Jerusalém —o que resultou em sua prisão, tortura e morte, após ser crucificado, por conta de sua mensagem “subversiva” para a época.
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