Quem passa em frente à Foto Louzada, na estreita Rua Fernão Dias, no Gonzaga, nem imagina que há, ali, um exemplo de resistência e de amor à fotografia. Por mais de 70 anos a família Louzada revela e imprime momentos da história: de sua própria, dos santistas e da cidade.
A pequena sobreloja na Praça Mauá, em 1947, era parada obrigatória para quem precisava de uma fotografia para um documento ou apenas para registrar um momento. Era a primeira loja fundada pelo pai do seu Claudio, o português Francisco, que veio, cheio de esperanças, fincar raízes no Brasil.
Anos depois, o pequeno comércio virou uma loja na avenida Senador Feijó, que atraía olhares e clientes graças à grande cabine que prometia fotos 3×4 quase instantâneas e fotocópias de documentos, ainda feitas por meio de filmes e reveladas de forma tradicional. “Não exista xerox na década de 50. Os documentos eram revelados. Imagina como era para copiar um livro”, diverte-se Claudio.
Com o crescimento dos negócios e a tecnologia cada vez mais avançada, a Foto Louzada, já administrada pelos netos de Francisco, chegou a ter 60 funcionários e lojas espalhadas por várias cidades da região. Mas a crise, principalmente no Centro de Santos, fez com que a família optasse por mudar e concentrar os negócios no Gonzaga.
Além das fotos, a Louzada se tornou referência para quem procura por equipamentos fotográficos, acessórios e presentes personalizados. “Hoje, as pessoas procuram menos pelo serviço de impressão de fotos. Algumas não sabem que é possível imprimir uma foto de celular ou digitalizar uma foto antiga, por exemplo. Além disso, agora também somos uma ótica, que é um diferencial e um negócio com bom desempenho”, explica Claudinho Flores Louzada, um dos proprietários e filho do seu Claudio.