O termo é um chavão, mas define bem a situação que a Operação Círculo Vicioso encontrou no Porto de Santos. Se não gostar da expressão “encontrou a ponta de um iceberg”, pode preferir: “a cada enxadada, uma minhoca”.
Os investigadores (membros do Ministério Público Federal, Polícia Federal, Receita Federal e Controladoria Geral da União e Tribunal de Contas da União) estão convencidos de que estão diante de um gigantesco esquema de corrupção, envolvendo diversos contratos celebrados pela Codesp nos últimos dez anos.
Na quinta-feira, 21 pessoas foram presas (entre elas o ex-deputado federal Marcelo Squassoni – foto), mas há a suspeita que muito mais gente (e graúda) esteja envolvida. A estimativa é de que o bando tenha gerado um prejuízo de ao menos R$ 100 millões.
Segundo os investigadores, há fraudes nos contratos de monitoramento por câmeras e drones (que nunca entraram em operação), no Sistema de Gerenciamento de Informações doTráfego de Embarcações (em inglês, VTMIS) e até mesmo no serviço de dragagem.
Além do prejuízo em si (contratou-se serviços muito mais caros que os praticados no mercado e adquiriu-se equipamentos que nunca foram instalados e permanecem embalados), o problema pode ser muito maior.
A força-tarefa investiga se o esquema tem participação no tráfico internacional de drogas, pois, por conta da vigilância ineficiente, facilitou o trânsito de entorpecentes.