O presidente Jair Bolsonaro pode ser acusado de várias coisas, como tem sido, pela oposição, menos de ser um pai dedicado. Depois de conceder duas medalhas de grande relevância para dois de seus rebentos, o presidente agora anuncia a intenção de indicar o filho, Eduardo (deputado federal por São Paulo), para o cargo de embaixador nos EUA.
Para provar que é qualificado para o cargo, destinado a profissionais do Itamaraty, Eduardo Bolsonaro afirma que fala inglês e espanhol e que já fritou hambúrguer nos EUA. Diante de tantos predicados, fica a certeza de nas futuras recepções na embaixada brasileira nos EUA não faltarão suculentos hambúrgueres. Já é alguma coisa.
Reações
A intenção de Bolsonaro provocou reações negativas em diversos setores da sociedade. Rubens Ricúpero, embaixador do Brasil nos EUA entre 1991 e 1993, disse que a iniciativa não tem “´precedentes no mundo civilizado”.
Já o deputado Marcelo Calero, que é diplomata, apresentou projeto de lei para determinar que as chefias das embaixadas brasileiras possam ser exercidas apenas por diplomatas de carreira.
Tiro no pé
Marco Aurélio Mello, ministro do STF, revelou incredulidade ao receber a notícia. “Não acredito que o presidente Bolsonaro faça isso. Será um ato falho, um tiro no pé”.
Para Mello, “o presidente Bolsonaro deve prestar contas a seus eleitores e aos brasileiros em geral. O exemplo vem de cima. Ele chegou para nos governar e governar bem, não para proporcionar o Estado aos familiares.”
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