Diferente de anos anteriores, quando as pesquisas eleitorais anteciparam com clareza os resultados das urnas, a eleição para o Governo do Estado permanece aberta, com três candidatos com chances para ir ao segundo turno.
João Doria (PSDB) aparece ligeiramente na liderança, com percentuais que variam de 24% (Ibope) a 26% (Datafolha), seguido de perto por Paulo Skaf, que tem entre 21% (Ibope) e 22% (Datafolha). O atual governador, Márcio França (PSB) está em terceiro lugar, tendo entre 14% (Ibope) e 16% (Datafolha). A diferença de 6 pontos entre Skaf e França é considerada pequena por diversos analistas, pois o candidato do presidente Michel Temer estagnou no seu índice de intenções de voto, ao mesmo tempo que França vem crescendo em ritmo acelerado (de 4%, em 20 de agosto, subiu para 8% em 10 de setembro; depois para 12% em25 de setembro e na terça-feira chegou a 14%).
Terceira via
“Não tenho a menor ideia de quem vai ser o presidente da República, mas a eleição a governador em São Paulo pode ter uma surpresa, com o crescimento de uma terceira via”, disse o presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, referindo-se a Márcio França, que estaria conquistando a preferência dos eleitores que não querem Doria nem Skaf.
Transferência direta
Ao se analisar os resultados das pesquisas, percebe-se que Márcio França conquistou a maior parte dos eleitores que se declaravam indecisos. Segundo os especialistas em pesquisa, a tendência é o candidato crescer entre os eleitores dos adversários, numa transferência direta de votos. Neste cenário, para cada voto “roubado” do oponente significa a redução de dois votos —o adversário perde um e França ganha um.
Voto útil
Outro fenômeno que tende a acontecer é o voto útil: eleitores de candidatos com chances remotas de irem para o segundo turno decidem votar em Márcio França já no primeiro turno, para evitar que o segundo turno seja uma disputa entre João Doria e Paulo Skaf. Estão nesta situação os eleitores de Luiz Marinho (PT), que tem 8% das intenções de voto.
Rejeição
Segundo o Datafolha, Márcio França tem o menor índice de rejeição entre os candidatos mais competitivos: apenas 17%. O campeão neste quesito é João Doria, com 38%. Paulo Skaf é reprovado por 29%.
Fotos: César Ogata; Antonio Cruz/Abr
