Quando um animal da fauna marinha aparece próximo à areia da praia, o sinal é de alerta: muitos não sabem, mas o manejo incorreto do resgate põe em risco a vida de diferentes espécies. Os primeiros procedimentos para um socorro adequado serão temas abordados no 7º Curso de Formação de Socorristas de Fauna em Risco programado para 12 e 13 de maio (sábado e domingo), das 8 às 18h, na Base de Estabilização do Instituto Gremar (Av. Presidente Vargas, 611, Praia do Centro, Itanhaém). Informações sobre o curso pelo telefone (13) 3426-8168.
A capacitação é voltada ao socorro de animais em situação de risco, com ênfase àqueles vitimados pelo derramamento de óleo. No conteúdo, orientação sobre salvamento de animais em risco, instruções para manejo e alimentação de animais em reabilitação, identificação de espécies (aves, quelônios e mamíferos), contenção, histórico sobre desastres de fauna e efeitos do petróleo em animais. Além disso, uma parte da capacitação abordará a biologia e a conservação das tartarugas de diferentes espécies, habitat, curiosidades, ciclo de vida, desde a alimentação até situações em que animais foram encontrados na região.
“É muito comum encontrar no raso ou na areia da praia uma tartaruga. O que não pode acontecer é ela ser devolvida ao mar, porque se está aqui é porque precisa de ajuda. A tartaruga é um animal pulmonar, ela respira na atmosfera, ou seja, fora da água não morre. Muita gente acaba devolvendo-a para a água e isto acaba resultando em afogamento”, conta o biólogo do Gremar em Itanhaém, Thiago Nascimento, que promete apresentar curiosidades sobre algumas espécies, como tartaruga de couro, cabeçuda, verde, pente e oliva.
A veterinária responsável pela Base de Estabilização do Gremar em Itanhaém, Gabriela Bezzera, alerta sobre os riscos de quem não sabe o procedimento adequado para o socorro. “Há casos de pessoas que querem ajudar, mas não sabem como proceder. Já ouvimos histórias de pessoas que encontraram um pinguim e colocaram-no no cooler, daí ele morreu de hipotermia. Já a tartaruga, querem introduzir de volta na água e o animal tem sinais de afogamento. A gente sabe que está tentando ajudar, mas se souber lidar com a situação o prognóstico no animal será muito melhor”.
“É uma oportunidade para que as pessoas que têm interesse ou são da área possam aprender um pouco sobre quando agir ao encontrar um animal debilitado ou como proceder em uma emergência ambiental. Num derramamento de óleo, por exemplo, o histórico de outros eventos que já aconteceram e informações sobre o que fazer. Desde a organização de um evento, as divisões e funções de cada um, como atender, realizar um resgate e o encaminhamento. As pessoas estarão capacitadas se isto vir a acontecer no futuro”, ressalta a bióloga responsável pelo Instituto Gremar e gerente de base, Rosane Fernanda Farah.