Simplesmente Vinho

Novidades da Borgonha em pequenos goles

21/04/2018

Enoleitores,
Dentre alguns dos bons vinhos trazidos pela Zahil Importadora para o lançamento do catálogo 2018, quero destacar os de dois produtores da Côte Chalonnaise, uma denominação mais recente criada em 1990.

A região da cidade de Rully tornou-se referência em brancos desde o século XVII, elaborando em seus vinhedos muitos Premier Cru, com um estilo de vinho predominantemente cítrico e fresco.

Já os tintos, isto é, os pinot noir, têm como referência a localidade de Mercurey, que produz vinhos ricos, amplos e estruturados, sempre caracterizado por um toque terroso.

Degustei, e aprovei, os três vinhos do produtor Domaine Jacqueson. Começo pelo Rully Blanc 2015, um vinho elaborado por chardonnay de dois vinhedos diferentes (Fromanges e Chaponnières): tinha cor amarelo quase transparente; exalava frutas brancas, leve herbáceo, certa mineralidade e tostados; no gosto, seco, fresco, leve untuosidade, longo, deixando na boca um sabor de abacaxi em compota. 

O outro branco, o Mercurey Les Grillots Blanc 2015, me agradou bastante. Originado de um dos poucos vinhedos de chardonnay em Mercurey, mostrava uma cor amarelo claro com reflexos verdeais, brilhante; seus aromas remetiam a frutas brancas como pera e pêssego, toque floral, frutas secas e especiarias; na boca, seco, boa acidez, mostrando um frescor, equilibrado, estruturado, elegante, untuoso e longo, deixando uma boa fruta no final de boca.

O tinto deste produtor, o Mercurey Les Vaux Rouge 2015, também mostrou- se um vinho elegante. De coloração vermelho rubi violáceo, transparente; no nariz, trazia frutas vermelhas, mineralidade, toque floral, couro, bosque; na boca, seco, acidez correta, taninos finos e elegantes, equilibrado, persistente, deixando um sabor frutado no final.

Para encerrar, conhecemos o tinto do produtor François Raquillet, que produze vinhos desde os anos 1600. Apresentou-nos o Mercurey Premier Cru Les Naugues 2014, vinho que consegue expressar claramente o seu terroir, através de uma coloração vermelho rubi, transparente, olfativo, trazendo frutas vermelhas, mineralidade, leve herbáceo, aromas de bosque e couro; no gustativo, seco, boa acidez, taninos finos embora ainda jovens. Este vinho ainda vai atingir o seu apogeu. Equilibrado, elegante e estruturado, boa persistência, deixando o final de boca com um gostinho frutado.

Estes foram vinhos especiais e únicos, que com certeza valeu ter conhecido, pois enriqueceram aquela tarde com a personalidade e o caráter próprios da região!

Enoabraços e uma ótima semana a todos!