Enoleitores,
Esta semana na reunião mensal da Confraria Feminina Meia Taça, resolvemos apresentar o grupo conhecido como os Douro Boys e seu trabalho de elaborar vinhos mais modernos e atuais numa região tão tradicional, principalmente pelo seu vinho do Porto. Para esta noite, se preparam as confreiras Suely Cardoso e Marcia Masi, que conseguiram passar bem a mensagem , trazer vinhos para degustar e principalmente aqueceram o grupo para uma discussão ampla e madura sobre o tema.
Para que possam entender melhor esse movimento iniciou-se há cerca de 15 anos com um grupo de herdeiros de algumas das mais prestigiadas Quintas, que não se conformavam com a região só ser reconhecida pelo vinho do Porto, se havia tantos excelentes produtores trabalhando para tornar a região valorizada e conhecida por vinhos secos e tranquilos, de qualidade e alto potencial.
Essa denominação Douro Boys abrange cinco vinicolas, que se uniram e trabalham em conjunto, é comum voce visitar uma vinicola e encontrar o proprietário da outra, com objetivo de sempre estarem unidos para aprimorar seus vinhos e divulgar seus rótulos, por todo o mundo. E com certeza, seus produtos agradam quando apresentados, pela riqueza de aromas, a intensidade de taninos suaves e complexidade do sabor.
O grupo é formado por respeitados produtores:
– Quinta do Vallado, representada por Francisco Ferreira e João Ferreira Alvares Ribeiro;
– Nieport, por Dirk Nieport
– Quinta do Crasto, por Jorge, Tomás e Miguel Roquette
– Quinta Vale dona Maria, por Cristiano Van Zeller
– Quinta do Vale Meão, por Francisco Olazabal
Agora vou descrever a voces dois dos vinhos que degustamos e analisamos nesta noite:
– Quinta do Vallado Reserva Field Blend 2014, um vinho elaborado por 45 castas de vinhas velhas locais com mais de 100 anos, sobressaindo-se a tinta roriz, tinta barroca, tinta amarela, touriga franca e touriga nacional. Após fermentado descansou 18 meses em barricas novas francesas, apresentou uma coloração vermelho rubi violáceo, escuro brilhante, intenso, aroma de frutas negras, leve floral, especiarias como pimenta e canela ; no paladar seco, taninos jovens, acidez ainda presente, pois ainda não estava maduro , persistente deixando na boca um sabor balsamico.
– Quinta Vale dona Maria 2013, elaborado por vinhas velhas formada por 41 castas, sobressaindo a touriga franca, touriga nacional, roufette e souzão, elaborado por meio de pisa a pé e mecânica, descansou em barricas francesas novas; mostrava uma cor vermelho rubi violáceo, límpido, brilhante, exalava frutas negras em compota, couro, estábulo, chocolate, pimenta negra; no gustativo seco, acidez correta, equilibrado, taninos finos e jovens, macio, boa concentração de sabores, longo deixando boa fruta no final de boca!
Se você gosta de vinhos do Douro, vale arriscar e conhecer esses produtores além de tintos tem excelentes brancos.
Enoabraços e uma ótima semana a todos!
