A proteção do planeta para as futuras gerações, já agredida pela poluição do ar e das águas, desmatamento, aumento das médias de temperatura e emissão de gases estufa, sofre novo e sério revés. A saída dos Estados Unidos do Tratado de Paris é outro capítulo do dramático cenário que mancha o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta segunda-feira (5).
E também deixa o mundo mais vulnerável aos impactos ambientais. O pacto climático firmado na capital francesa tem o apoio quase unânime, subscrito por cerca de duzentas nações, exceto Síria e Nicarágua, e agora o país presidido por Donald Trump.
“Mais do que uma data, o Dia Mundial do Meio Ambiente é o exercício cotidiano de um ideal de qualidade de vida. É a adoção de novo comportamento, baseado em preceitos como o desenvolvimento sustentável e a economia circular”, disse o secretário de Meio ambiente de Santos, Marcos Libório.
Segundo ele, isso será possível se estiver inserido no dia a dia. ”Mais do que falar, é o exemplo que faz a diferença, que norteia e agrega. Assim sendo, teremos o que comemorar pelo meio ambiente”.
Desprezo ao pacto climático de Paris
A pretexto de garantir os empregos dos americanos, Trump vira as costas para as metas preconizadas pelo tratado, considerado a maior iniciativa mundial para conter as mudanças climáticas. Não é para menos que os Estados Unidos são o segundo mais poluidor do mundo, atrás apenas da China.
“A decisão tomada pelo presidente norte-americano não reflete a opinião do povo nem tão pouco das instituições daquele País”, afirmou o secretário. Trata-se, a seu ver, de uma atitude isolada “que objetiva desviar a atenção de graves situações que cercam o atual gestor da Casa Branca”.
Libório diz ser falsa a premissa de que ao sair do Acordo de Paris, ele está destravando a economia norte-americana. “O que verá é os Estados Unidos abrirem mão da fatia mais promissora da economia mundial, que é a economia verde”.
Conferência para chamar atenção
O Dia Mundial do Meio Ambiente foi instituído em 5 de junho de 1972, durante conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema em Estocolmo. O objetivo primordial do evento foi chamar a atenção da população para os problemas ambientais e para a importância da preservação dos recursos naturais.
De fato, a partir da Conferência de Estocolmo, como ficou conhecida, teve início uma mudança de visão acerca das questões ambientais no mundo, além de princípios para orientar a política voltada à preservação da natureza, embora os problemas continuem.