Enoleitores,
A celebração do Ano Novo pode ser feita com as mais variadas bebidas, pois o que vale mesmo é brindar desejando! Para mim, minha família e amigos com quem compartilho esta data, o brinde escolhido sempre é o vinho. Sem dúvida, além de ser nossa bebida predileta, ele traz um forte simbolismo cultural, já que o vinho agrega as pessoas, simbolizando um apreço pela vida, o prazer de viver!
Não vou me direcionar ao simbolismo religioso, apesar de ser forte esta vertente, mas opto pelo histórico-cultural. O vinho é a única bebida “viva”, que tem “alma”, pois nasce, permanece jovem, amadurece e morre…
Um vinho elaborado das mesmas uvas, pelo mesmo produtor, a cada safra exala algumas diferenças, sutis ou maiores, dependendo do terroir.
Na antiga Mesopotâmia, onde o vinho começou a fermentar sem que houvesse um conhecimento a respeito, ele passou a ter um aspecto meio mágico. Nesta época, tornou-se abundante e popular, já que era fácil cultivar a vinha e produzir o vinho.
Na época do Império Romano, o vinho foi associado à nobreza, que se deliciava com esta bebida. Na Antiguidade, havia até o deus do Vinho: na Grécia, Dionisio; na Itália, chamava-se Bacco – daí a origem das festas denominadas bacanais, pelo emprego desta bebida.
Nos tempos antigos, principalmente na Europa, uma boa colheita era importante para a sobrevivência daquela comunidade rural. Por isso, o vinho passou a representar fertilidade, tanto no sentido de ser utilizado para abençoar a terra, festejando-se através das festas da colheita (tradição ainda mantida nas vindimas), como pelo efeito relaxante, pois propiciava um aspecto de fertilidade e fecundidade. Até hoje, na cultura popular há uma associação entre sexo e vinho.
Com a revolução industrial e o surgimento da sociedade de consumo, o vinho foi passando a representar bem estar e status social. Nos dias atuais, tenta-se atingir maior mercado com o crescimento das produções, focando numa maior abrangência do consumo desta bebida.
Todos os tipos de vinho são bem vindos no Ano Novo, sejam brancos, rosés ou tintos. Mas os que não podem faltar na virada do ano são os espumantes, entre estes os nacionais, hoje com ótima qualidade. Há também os do Novo Mundo, como Chile, Argentina, Califórnia (EUA), Austrália e África do Sul, entre outros que costumam ter um custo melhor. E do Velho Mundo, onde cada país tem a sua particularidade: cavas espanholas; sekt alemães; prosecco, franciacorta, asti e lambrusco italianos; crémant e champanhe franceses… O que vale mesmo são as borbulhas, que costumam estar presentes nos diferentes momentos de celebração da vida!
Portanto, Tim! Tim! Feliz Ano Novo a todos! Enoabraços, um ótimo 2017 aos leitores e amigos!