Simplesmente Vinho

O tanino dos vinhos

30/07/2016
O tanino dos vinhos | Jornal da Orla
 
Enoleitores,
Falamos tanto de vinhos neste espaço, mas ainda não havíamos abordado a questão dos taninos dos vinhos tintos. A presença de taninos se origina do processo de vinificação, no qual as uvas são colocadas em contato com as cascas para fermentar. A passagem pelas barricas de madeira também influi no processo de maturação.
 
Todas as etapas do processo de vinificação interferem na qualidade do tanino, desde a vindima (colheita), até o amadurecimento e guarda.
 
As características do tanino não conseguem ser percebidas no aroma, mas no paladar. Por exemplo: taninos amargos e desagradáveis, que deixam na boca uma sensação “granulosa”, indicam um problema que pode ter sido iniciado na colheita de uvas não bem maduras, doenças na vinha ou defeito na vinificação, como presença de cabinhos do galho no desengace (processo de separação das frutas dos cachos). Ou, ainda, vinho prensado em demasia, madeira da barrica de má qualidade ou excesso de tempo amadurecendo no tonel.
 
Já os taninos sedosos, elegantes, chamados taninos finos, apesar da adstringência (“aspereza”), passam o sabor e uma certa doçura da fruta até o final da boca. 
Para obter um tanino de qualidade, é preciso respeitar o amadurecimento da uva ainda nas vinhas, colhendo-as no momento ideal e vinificando de modo a explorar e realçar todo o potencial da uva.
 
O equilíbrio entre acidez, amargor, álcool e açúcar, formando o corpo e revelando a qualidade dos seus taninos, é fundamental para se produzir um vinho saboroso.
Deve- se considerar ainda as castas das uvas tintas. Há as mais elegantes, ou seja, menos tânicas (como pinot noir e merlot) e as mais tânicas (como cabernet sauvignon, cabernet franc, nebbiolo  e tanat).
 
Os vinhos considerados mais tânicos devem ser tomados acompanhados com comidas mais suculentas ou gordurosas, pois se equilibram com estas características, melhorando o sabor e o prazer da refeição.
 
Enoabraços e uma ótima semana a todos!