Calado, o ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB), é um poeta. Depois de falar, na terça-feira (12), que “ia torcer para as mulheres pegarem zikavírus antes de ficarem grávidas”, ele provocou risos amarelos das autoridades presentes à inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central de Santos, na sexta-feira (15). Deu a entender que o número de vítimas fatais provocadas pela dengue era aceitável, em comparação à ameaça do zika vírus. “Quando era dengue, ainda vá lá, porque morreram oitocentas e tantas no ano passado. No meio de 1,6 milhão de pessoas com dengue, no meio de 200 milhões de habitantes… Mas, agora não, agora é com a zika, e a zika está causando microcefalia”, disse.
Piadista infame
Castro já tinha gerado constrangimento, um pouco antes, ao saudar os presentes. “Quero cumprimentar o secretário Marcos Calvo, que de calvo não tem nada. É muito cabeludo”.
Verbas garantidas
Apesar dos escorregões verbais, o ministro deu boas notícias: garantiu que todas as emendas parlamentares que destinam recursos à saúde pública na região serão integralmente liberadas e que o governo federal vai arcar com metade do custeio da UPA Central. Ele lembrou as dificuldades financeiras enfrentadas pelo governo federal. “Dinheiro curto para todos os lados”, disse. “O dinheiro é curto, mas o coração é grande”, completou.
Confetes
Em entrevista coletiva, o ministro rasgou elogios à Fundação Lusíada, que arcou com os custos da construção do prédio da UPA. “Quero ressaltar a participação da Fundação Lusíada, que investiu R$ 22 milhões para entregar este belíssimo prédio para o poder público municipal”.
Castro disse também que Santos é um lugar onde o SUS funciona. “Não tem aquele título “Prefeito amigo da criança”? É que não tem, no Ministério, o título de “Prefeito amigo da saúde pública”. Se tivesse, eu o daria ao Paulo Alexandre”.
Poderes em sintonia
O ministro afirmou que a gestão da saúde pública em Santos deve servir de modelo para todo o país. “O SUS precisa da harmonia entre o as esferas federal, estadual e municipal para funcionar bem. Precisa haver uma integração. Esta UPA não vai atender apenas os moradores de Santos, mas de toda a Baixada Santista”.
Novo modelo
Em seu discurso, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) rebateu as críticas às parcerias com organizações sociais para a prestação de serviços públicos. Na porta da UPA, havia manifestantes, empunhando cartazes, protestando contra o novo modelo de gestão. “No mundo inteiro isso funciona. São parcerias apartidárias, para o bem da população”, disse.
Segundo ele, político nenhum pode ficar na zona de conforto. “Quem tem medo de crítica não pode ser político. Quando a gente tem convicção de que está fazendo o certo, tem que enfrentar todas as resistências, principalmente aquelas que são corporativas. Gestor público tem que trabalhar pelo interesse público”.
Sem citar nomes, rebateu os críticos. “Como tudo, há os bons e os maus exemplos. Quem torce para dar errado cita os maus exemplos, que, com certeza, não faltam. Mas em Santos nós nos guiamos pelos bons exemplos”.
A insensibilidade do agente da CET
A insensibilidade e o despreparo de um agente da CET diante de um caso de socorro a uma criança na porta da Unimed Santos, na Avenida Conselheiro Nébias, 748, no Boqueirão, exige uma nova orientação da direção da empresa aos seus agentes de trânsito. Segundo a avó do menino de 5 anos, que apresentava quadro de infecção intestinal, na quarta-feira (13), por volta das 12h30, o agente de trânsito já se encontrava no local com a moto placa DGR 5151 quando ela embicou o carro para entrar no estacionamento da Unimed. Imediatamente, o agente a ameaçou de multar se não saísse da calçada (como se tivesse outro meio de entrar no estacionamento).
O funcionário estava retornando para a guarita para levantar a cancela. A senhora explicou ao agente que só iria deixar a criança, pois a mãe (sua filha) já estava esperando na porta do PS. Se não encontrasse vaga, sairia e ia estacionar na rua. Indiferente, ele repetiu a ameaça. Ela foi salva pelo funcionário que ergueu a cancela. O fato de ela entrar em um PS com uma criança passando não deixa dúvidas quanto à sua real intenção no local.
Resumo da ópera: há muitos agentes da CET bem preparados, mas alguns precisam passar por um processo de requalificação para garantir aos munícipes o atendimento que todos merecem.