Significados do Judaísmo

Yerushalaim, a Alma do Povo Hebreu

28/05/2022
Yerushalaim, a Alma do Povo Hebreu | Jornal da Orla

אם אשכחך ירושלים תשכח ימיני תדבק לשוני לחכי אם לא אזכרכי אם לא אעלה את ירושלים על ראש שמחתי

Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha direita da sua destreza. Se não lembrar de ti, apegue-se-me a língua ao meu paladar; se não preferir Jerusalém à minha maior alegria.(Salmos 137:1,5,6).

Yom Yerushalayim – Dia de Yerushalaim – é a adição mais recente ao calendário hebraico. É comemorado no 28º dia de Yiar (seis semanas após o Seder da Pessach, uma semana antes da véspera de Shavuot).

Jerusalém, uma cidade cujas pedras estão vivas e nos falam, onde seus aromas nos fazem viajar no tempo e ao redor do mundo por países onde as comunidades judaicas já existiram ou ainda existem, mas que aqui acabam por se unificarem todas.

Jerusalém, Terra de juízes, profetas, reis, sacerdotes, pastores, mestres e rabinos.

Cidade desejada, cidade de sonhos, nostalgias, esperança, integridade, plenitude e paz.

Cidade da Torá: ” De Tzion sairá a Torá e a palavra de Deus de Jerusalém.”

Jerusalém, centro da vida espiritual judaica, local que abrigou o recinto mais sagrado para o nosso povo: O Grande Templo, Beit Hamikdash, pelo qual se derramaram rios de lágrimas, e para a qual de todos os cantos do mundo dirigimos nossas orações.

A história detalhada do antigo Israel está registrada na Torá. A história bíblica do povo judeu começa quando Abraão é instruído a viajar para a Terra Prometida, “a terra que eu te mostrarei”.

Quando o neto de Abraão, Jacó (mais tarde renomeado como ‘Israel’) encontra o local no Monte Moriá, onde séculos mais tarde ficaria o Templo, ele diz: “Quão inspirador é este lugar! É a Casa de Deus! É a porta para o céu!”

Ele é informado de que Yerushalaim é “o lugar que o Senhor, seu Deus, escolherá entre todas as suas tribos, como um lugar estabelecido em Seu nome. É para lá que você irá buscar a Sua presença”.

Yerushalaim começou a cumprir a função de capital espiritual e nacional para os judeus no século 10 AEC, quando o rei Davi fez dela sua sede e trouxe a Arca da Aliança para descansar lá. Foi Davi quem concebeu a ideia de construir um Templo como uma casa permanente de Deus, um plano que acabou sendo cumprido por seu filho Salomão.

Entretanto, mesmo com todas as invasões e exílios de nossa terra, nosso povo jamais esqueceu Yerushalaim, que sempre foi parte primordial do sonho dos hebreus.  Em suas datas religiosas mais significativas, como em Yom Kipur, Yerushalaim é citada e recitada, dando voz à aspiração de para lá voltar. O movimento sionista tem em seu nome esculpida a palavra Tzion, um dos nomes da cidade bíblica.

Embora Yerushalaim fosse considerada a capital do povo judeu desde a época do rei Davi, nunca houve um dia especial em homenagem à cidade até o exército israelense assumir a parte antiga e oriental do local no terceiro dia da Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967.

Depois de milhares de anos de luto e de anseios, o mais sagrado lugar do Judaísmo, Yerushalayim, voltou a se unificar.

Este dia, o 28 de Yiar, está gradualmente se tornando um dia de “peregrinação”, quando milhares de israelenses viajam (alguns caminham!!) até Yerushalaim a fim de demonstrar solidariedade e amor pela cidade. Essa demonstração de solidariedade é de especial importância para o Estado de Israel, pois Yerushalayim é a capital eterna do Estado Judaico.

Mendy Tal

Cientista Político e Ativista Comunitário