Sala de Ideias

Você está satisfeito com sua autoimagem corporal?

04/07/2022
Depositphotos

Michele Rocha

Estamos vivendo um período em que a super valorização dos corpos magros e/ou atléticos nos atinge cada vez mais e, ao mesmo tempo, o sedentarismo e a oferta de alimentos calóricos e hiperpalatáveis parecem dominarem nossas rotinas. Esta situação traz reflexões em torno do conceito saúde e beleza impostos pelo ambiente sociocultural em que estamos inseridos. É preocupante a disposição de alguns indivíduos de atingir, a qualquer custo, padrões de corpos irreais, adotando estratégias que podem trazer alterações no comportamento alimentar e risco para o aparecimento de transtornos alimentares e distorção da autoimagem corporal.

Nossa autoimagem corporal é construída a partir das nossa vivências com nossos corpos desde a infância e influenciada por crenças, sentimentos, emoções, histórias, sensações físicas e fatores externos como esses padrões de beleza impostos por diferentes maneiras. Fatores psicológicos, emocionais e sociais influenciam diretamente na forma como percebemos e desenvolvemos representações mentais acerca da aparência e forma do nosso corpo.

A insatisfação com a autoimagem corporal é a atitude negativa em relação à própria forma corporal e é resultante da discrepância entre a imagem real (forma como nós nos percebemos) e a que consideramos ideal. Infelizmente, na maioria das vezes, a insatisfação leva ao desejo de alcançar o estereótipo de corpo a todo custo e, quando associada a crenças distorcidas sobre alimentação, pode levar o indivíduo a um ciclo que se inicia com a tentativa de controle total de sua alimentação, muitas vezes acompanhado de exclusão de alimentos e dietas radicais. Sendo essas atitudes insustentáveis, é comum o aparecimento da frustação, baixando a autoestima e resultando em formas inadequadas de controle de peso, como uso de medicamentos, atividade física em excesso e outros métodos compensatórios.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como: “Estado de completo bem estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. Apesar de muitas pessoas se apresentarem aparentemente saudáveis, a insatisfação com a autoimagem corporal é bastante presente na atualidade e, em alguns casos, este sentimento de inadequação pode permear a vida do indivíduo tornando-se questionável se realmente encontra-se saudável.

Cuidar do corpo é um ato de amor e deve ser feito em busca de harmonia e benefício à saúde mental, social e física do indivíduo. A busca por alimentar-se com refeições que oferecem mais nutrientes (procure um nutricionista!), ter uma rotina de exercícios físicos (procure um profissional de Educação física!), entre outras atitudes, devem trazer consequências positivas, que vão muito além da aparência física.

Michele Rocha – CRN3: 66024/P. Bacharel em Nutrição pela Universidade Paulista e Técnica em Nutrição e Dietética pela ETEC Dona Escolástica Rosa.

Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete a linha editorial e ideológica do Jornal da Orla. O jornal não se responsabiliza pelas colunas publicadas neste espaço.