Vacinação completa reduz risco de internações e mortes por Covid-19, mesmo entre pacientes com comorbidades
Diversos estudos científicos comprovam que a grande maioria dos internados ou mortos por covid-19 é de pessoas que “exerceram o direito de não tomar vacina”, como costuma pregar o presidente Jair Bolsonaro.
No Instituto Emílio Ribas, unidade de referência para casos graves da doença em São Paulo, por exemplo, os não vacinados contra a covid-19 ou com esquema incompleto correspondem a 82% das mortes pela doença.
Em Santa Catarina, segundo a secretaria estadual de saúde, o número de mortes de idosos não vacinados foi 47 vezes maior que o número de idosos que completaram o ciclo vacinal.
Em Minas Gerais, de cada 14 pessoas internadas em UTI, 13 não estava devidamente vacinada.
Vacina reduz riscos
Pesquisa feita pela da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Farmesp) mostra que a vacinação completa reduziu o risco de internações e mortes por Covid-19, mesmo entre pacientes com comorbidades.
O estudo mostra que problemas de saúde como os de coração, fígado, neurológicos, diabetes ou comprometimento imunológico foram relacionados a um risco maior de internação pela Covid apenas para os não vacinados.
Entre os vacinados, apenas as pessoas com mais de 60 anos e portadores de doença renal permaneceram como fatores de risco.
“A vacina diminuiu o impacto de todas as comorbidades”, explica o médico e virologista Maurício Lacerda Nogueira, professor da Famerp e um dos autores da pesquisa, que teve financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Outro estudo, publicado pela revista “Nature”, revela que uma dose de reforço da vacina da Pfizer/BioNTech após as duas doses da CoronaVac aumenta a eficácia contra infecções do coronavírus para 92,7%.
A pesquisa foi feita com base nas informações de 14 milhões de pessoas no Brasil, por cientistas das das Universidades Federais da Bahia (UFBA), do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade de Brasília (UNB), do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia) e da Universidade de Glasgow, no Reino Unido.
Infectologista alerta para mentiras
O infectologista Evaldo Stanislau alerta para a disseminação de mentiras sobre as vacinas, principalmente as aplicadas em crianças, o que tem gerado medo em pais a responsáveis. “É impressionante o número de crianças que eu e meus colegas médicos temos atendido com Covid-19. Há muita desinformação em rede social, existem médicos que, por razão ideológica, contam mentiras. Falam bobagens, recomendando a não vacinação, afirma. “Não deem ouvidos para Fake News. As crianças não vacinadas levam a Covid para dentro de casa, inclusive infectando pessoas que podem ter complicações”, explica.
O especialista esclarece que crianças, grávidas e lactantes devem se vacinar, pois não há risco algum. “Isso diminui a circulação do vírus e evita que elas desenvolvam formas graves da doença. Já temos milhões de crianças vacinadas, pesquisas modernas mostrando a eficiência e segurança das vacinas. Pais e responsáveis, vacinem as crianças! “, declara.
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