Saúde

Um doador de órgãos e tecidos salva até 10 vidas

04/02/2022
Um doador de órgãos e tecidos salva até 10 vidas | Jornal da Orla

Se retirados rapidamente após uma morte prematura, coração, rins, fígado, pulmões, ossos e tecidos de um único doador podem salvar até dez vidas.
Apesar de ser o segundo país que mais realiza transplantes de órgãos (perde apenas para os Estados Unidos, responsável por 88% dos procedimentos no mundo), o Brasil tem poucos doadores de órgãos e tecidos. E, pior: no passado, o número de transplantes de órgãos no Brasil, que já era baixo, caiu em comparação a 2020. Segundo o Ministério da Saúde, foram realizados 12 mil transplantes entre janeiro e novembro do ano passado, enquanto em 2020, no mesmo período, foram 13 mil procedimentos.

O motivo é o índice de rejeição da doação de órgãos por familiares: 38,4% dos parentes não autorizam os procedimentos. Segundo o Ministério da Saúde, o principal motivo é a falta de conhecimento do processo e os benefícios proporcionados a outras pessoas.

No Brasil, existem cerca de 53 mil pessoas na fila de transplante de órgãos. Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), no primeiro semestre de 2021, houve 40% de recusa na doação durante a abordagem da morte encefálica, muitas vezes porque a família desconhecia a intenção do parente de ser doador. Com a pandemia, houve queda de 20% nas doações em todo o País.

Campanha em Santos

Com o objetivo de destacar a importância da doações de órgãos em Santos, a Prefeitura inicia na sexta-feira (11) a campanha “Somos Todos Responsáveis”.

Um dos símbolos da iniciativa é Porthos Martinez, o Porthinhos, jovem santista que venceu a leucemia após 275 dias internado, em 2014. Então com 13 anos, ele recebeu doação, de medula óssea, de um doador compatível morador em outro estado.

Porthinhos é um dos locutores da animação produzida pela Secretaria Municipal de Governo (Segov) em parceria com a Secretaria de Saúde (SMS). “Eu me sinto na obrigação de ajudar os outros também. Muita gente desconhece a importância de doar, seja medula óssea, rins, pulmão e até uma simples transfusão de sangue”, afirma Porthinhos.

Quem também participará da locução do vídeo será Débora Evelyn Barbosa, 34 anos, cadeirante e um exemplo de resiliência.

Doadores falecidos

Doadores não vivos podem doar rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino, além de tecidos como córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, cartilagem, medula óssea, sangue do cordão umbilical, veias e artérias.

Não é mais necessário deixar um documento assinado autorizando a doação. Basta informar sua família, deixando claro o desejo de doar, conforme alei nº 10.211, de 2001. A retirada dos órgãos ocorre quando é constatada a morte encefálica.

Doador vivo

Existe a possibilidade de a pessoa, ainda em vida, doar rins, parte do fígado, pulmão ou medula óssea, sem qualquer prejuízo à sua saúde. O ‘doador vivo’ é uma pessoa em boas condições de saúde, segundo avaliação médica, capaz juridicamente e que concorda com a doação. Por lei, pais, irmãos, filhos, avós, tios e primos podem ser doadores. Já não parentes podem ser doadores por meio de autorização judicial.