O Teste do Pezinho é feito em recém nascidos, para diagnosticar doenças crônicas, genéticas, metabólicas, endócrinas e infecciosas. O exame descobre doenças graves logo no início.
O exame é feito a partir do sangue coletado do calcanhar do bebê. Oficialmente denominado Teste de Triagem Neonatal, ele deve ser realizado em todos os recém nascidos, entre o terceiro e o quinto dia de vida. Se os bebês tiverem alta da maternidade antes, o teste deve ser feito em uma Unidade Básicas de Saúde (UBS) antes do 5º dia de vida.
O Teste do Pezinho identifica doenças inicialmente sem sintomas, mas que podem evoluir para quadros gravíssimos —irreversíveis ou mesmo fatais.
6 de junho é o Dia da Conscientização sobre o Teste do Pezinho e a cor lilás foi escolhida por representar tranquilidade e transformação.
A enfermeira Winnie Mesquita Ferreira Maia, do Programa Recém-nascido de Risco da Prefeitura de Santos, explica que o furo para coleta de sangue é feito no calcanhar por ser uma região rica em vasos sanguíneos. “O furo é quase indolor, mas o bebê chora porque a a dor ainda é uma sensação nova para ele”.
Prematuros também fazem teste do pezinho
Todos os recém-nascidos devem fazer o teste do pezinho, inclusive os prematuros. Eles farão uma primeira coleta e uma outra entre a segunda e a sexta semana de vida, dependendo da imaturidade e dos procedimentos que o prematuro necessitou na unidade neonatal.
E se der positivo?
Se o resultado do teste indicar alguma alteração, será repetido para confirmar o resultado. Caso positivo, a criança será acompanhada por serviço especializado e iniciadas as medidas terapêuticas de controle e estimulação oportuna, de forma a reduzir os danos, garantindo melhor qualidade de vida e integração social.
Quais doenças o teste diagnostica?
Até 2021, o texto do pezinho englobava seis doenças:
- Fenilcetonúria,
- Hipotireoidismo congênito,
- Síndromes falciformes,
- Fibrose cística,
- Hiperplasia Adrenal Congênita e
- Deficiência de Biotinidase.
Uma mudança na legislação em 2021 ampliou para 50 o número de doenças que podem ser detectadas pelo Teste do Pezinho oferecido pelo SUS. Os estados têm até 2025 para cumprir esta determinação.
A ampliação do teste será feita em etapas, com a seguinte ordem de progressão:
Etapa 1 – Fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita, deficiência de biotinidase e toxoplasmose congênita),
Etapa 2 – Galactosemias, aminoacidopatias, distúrbios do ciclo da ureia e distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos
Etapa 3 – Doenças lisossômicas
Etapa 4 – Imunodeficiências primárias)
Etapa 5 – Aatrofia muscular espinhal
O início da história do teste do pezinho no Brasil aconteceu em 1976, quando a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de São Paulo trouxe para o Brasil um exame chamado Screening Neonatal. Apesar dos benefícios, o exame só foi inserido no Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990.
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