Foi no decorrer da gestação que aquela mãe foi informada de que seu bebê era portador de um grave problema.
Uma hérnia diafragmática congênita não lhe permitiria senão uma vida muito breve.
Os meses seguintes foram assinalados pela angústia dos corações materno e paterno.
Normalmente, o período gestacional se reveste de preocupações: a gravidez chegará a termo? O bebê poderá ter problemas na hora do parto?
Quando nasceu o bebê, de imediato foi recolhido para a Unidade de Terapia Intensiva.
Os dias pareciam intermináveis para aqueles pais.
A angústia, a insegurança, a ansiedade duraram exatamente 21 dias. Então, o pequenino ser partiu.
Misturada à dor moral da perda, a mãe sentia também as dores no corpo físico. Afinal, o seu bebê se fora, mas o seu corpo não absorvera essa informação.
Por isso, continuava na produção de leite em grande quantidade.
Carla teve, então, uma ideia. Pensou em ajudar bebês que precisavam de leite materno.
Seu filho não pudera ter a vida prolongada, por grave problema físico. Mas muitos pequeninos poderiam ter suas vidas salvas, apenas com a ingestão do seu leite.
Ela conseguiu encaminhar ao banco de leite nada menos do que o equivalente a cem mamadeiras.
Isso lhe permitiu que a dor da sua perda pudesse se transformar em grande consolo, ao abraçar outras mães, que tiveram salva a vida dos seus pequeninos, por tão significativo gesto.
O fato merece divulgação, porque nos apresenta um dolorido e maltratado coração materno, suplantando a própria dor, lembrando da dor alheia.
Então, ela se doou, oferecendo o alimento que sua constituição física preparara para seu filho e ainda continuaria a oferecer, por algum tempo.
Ela poderia ter se fechado em sua dor, numa caixa de egoísmo e, acalentado o sofrimento por meses a fio, amargando a existência.
Contudo, ela escolheu oferecer o seu amor. E, podemos imaginar quantos corações lhe vibraram gratidão.
Vibrações que, com certeza, inundaram sua alma de novas energias.
[com base em psicografia de Divaldo Franco e na Red. do Momento Espírita]
Triste nas lutas do nosso cotidiano, entre dissabores e amarguras, tentemos o amor.
Sobrecarregados de dores, a sós na multidão, sem uma saída aparentemente feliz, tentemos o amor.
A um passo do desespero, sentindo-nos perdidos, paremos e tentemos o amor.
Em qualquer circunstância e ocorrência por mais sombrias se apresentem, tentemos o amor.
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