Toni Morrison é uma mestra no seu ofício. Dela recomendamos todos os seus livros e qualquer um.
Quando Toni Morrison lançou seu primeiro romance, o aclamado O olho mais azul (1970), o chão da Terra tremeu. A autora, na sequência, passando com louvor pelo teste de fogo do segundo livro, entregou este trágico e vigoroso Sula. Daí para diante é uma história sem fim: Morrison pavimentou um dos mais belos caminhos na literatura até receber o Prêmio Nobel.
Sula é um livro sobre mulheres. Sobre duas garotas, Nel e Sula, que desde cedo descobriram que não eram brancas nem homens e que isso lhes trancava o mundo. Por ser assim, as amigas acharam a intimidade que precisavam nos olhos uma da outra e inventaram outra coisa para ser. Cúmplices de um segredo terrível, Sula foge da comunidade e Nel se casa. Dez anos depois, o retorno e o inescapável destino.
O reencontro de Nel e Sula é marcado por desconfiança e mágoa, além do macabro segredo compartilhado. A amizade, tão antiga e profunda, poderia conectá-las novamente? O livro se resolve e se resume, comoventemente, numa passagem repleta de significados: “Meu Deus, a gente foi garota juntas”.
Motivos para ler:
1- Ninguém escreve como Toni Morrison (1931-2019). A estadunidense foi professora na Universidade de Princeton e colocou na prateleira os cobiçados prêmios Pulitzer e Nobel. Seus livros, embora transitem sobre a mesma temática (efeitos da escravidão negra), abrem diferentes dimensões e sempre atingem níveis singulares de excelência;
2- Toni quis, em Sula, escrever sobre a amizade entre mulheres sem a mediação dos homens. Em suas insuperáveis palavras: “Mulheres fora da lei são fascinantes porque têm um status ilegítimo caso não estejam sob o domínio de homens”.
3- Toni Morrison é uma mestra no seu ofício. Dela recomendamos todos os seus livros e qualquer um.
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