Saúde

Setembro Amarelo – sinais de alerta para quem está de fora

11/09/2024
Freepik

A campanha Setembro Amarelo teve início em 2015, visando conscientizar as pessoas sobre o suicídio e evitar seu acontecimento. Desde então, vem ajudando pessoas ano após ano, cada vez mais. O projeto foi criado em conjunto pelo CVV (Centro de Valorização a Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). De acordo com dados recentes, no país, são registradas 14 mil mortes por ano, cerca de 38 mortes por dia. 

De acordo com o representante do CVV de Santos, Basílio Rocha, o voluntário do CVV é uma pessoa comum que disponibiliza seu tempo para conversar com quem busca apoio emocional, seja pelo telefone 188 (nacional e gratuito), e-mail, chat no site http://cvv.org.br ou em ações comunitárias. “O papel dos voluntários é criar um ambiente seguro para que as pessoas possam compartilhar seus sentimentos e emoções”. Através desses canais, o CVV disponibiliza um espaço confidencial, onde as pessoas podem se expressar sem medo de julgamentos. Em 2023, o Centro de Valorização a Vida ofereceu cerca de 3.000.000 apoios, sendo 93,3% por telefone, 3,2% por e-mail, 3,3% pelo chat e 0,2% pessoalmente por carta.

Este ano, o lema da campanha do Setembro Amarelo é “Atenção aproxima as pessoas” destacando a importância de um olhar atento, acolhedor e solidário em meio a correria do cotidiano, onde muitas vezes o foco está apenas em si mesmo. Para a prevenção, um desafio está na pessoa não pedir socorro, muitas vezes por vergonha, por medo de ser julgada. Com isso, as pessoas ao seu redor podem perceber e identificar sinais de alerta. Alguns desses sinais podem ser:

   – Ideias e frases suicidas, como por exemplo: eu quero morrer, quero sumir, como a vida seria sem mim? 

   – Isolamento

   – Mudanças bruscas de comportamento

   – Uso de roupas fechadas mesmo com temperaturas elevadas, isso pode mostrar que a pessoa está se automutilando

   – Incapacidade de realizar atividades do cotidiano

Para quem deseja oferecer apoio, o melhor jeito é ouvir o próximo, sem julgamentos. Demonstrar carinho e empatia também fazem parte desse processo. Durante o mês são realizadas diversas campanhas, palestras, distribuição de material informativo, ações em escolas e empresas para aqueles que querem se informar. “No dia a dia, nem sempre notamos que as pessoas próximas a nós podem estar precisando de ajuda. Muitas sofrem em silêncio, sem recorrer aos recursos disponíveis”.

O CVV atua desde a década de 1960 na prevenção do suicídio, oferecendo apoio emocional. Quando começou suas atividades, o tema era pouco discutido, principalmente devido ao preconceito e a falta de informação. Ainda de acordo com Basílio, as pessoas que passam por problemas emocionais podem buscar o CVV para uma conversa sem julgamentos ou direcionamento. Quem os procura, normalmente fala sobre medo, distanciamento, frustração e a solidão. Mas existem pessoas que falam de esperança. “Estamos disponíveis 24 horas por dia, sete dias por semana” conclui.