Caso seja eleito presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva vai extinguir o processo de privatização da autoridade portuária do Porto de Santos —a Santos Port Authority (SPA), ex-Codesp.
É o que garantiu o deputado federal e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT), em entrevista exclusiva no OrlaPlay, o canal do Jornal da Orla na internet, na terça-feira (9/8). “O Lula não vai deixar privatizarem as autoridades portuárias dos Portos de Santos e São Sebastião. A gente precisa investir em modernização destes dois portos”, afirmou.
O processo de privatização, ou desestatização, da SPA está sendo desenvolvido pelo governo federal num ritmo que gera queixas e dúvidas de diversos players do segmento portuário e de representantes das prefeituras da região.
“A gente quer um Porto de Santos cada vez mais forte, ele se reestruturar, se modernizar, como outros portos foram no nosso país. Pode ter certeza que é um compromisso nosso”, disse Alexandre Padilha, que foi ministro da Saúde na gestão de Dilma Rousseff e secretário de Saúde da capital paulista quando Fernando Haddad era prefeito.
Porto graneleiro
Padilha, que é disputa a reeleição como deputado federal (PT), alertou para outra dinâmica conduzida pelo atual governo federal que, na sua avaliação, é prejudicial para a região. “Há um projeto hoje que eu acho nocivo para o Porto de Santos, que é torná-lo um porto apenas graneleiro, só para o agronegócio, retirando toda a parte de manufatura da indústria. Isso mexe completamente na quantidade de mão de obra, vai tirar empregos aqui, vai impactar nas cidades. Não podemos deixar isso acontecer, muito pelo contrário”, declarou.
“Setor produtivo rejeita Bolsonaro”
Padilha revelou que vem acompanhando o ex-presidente Lula em encontros com empresários e representantes do mercado financeiro nesta campanha eleitoral, e avalia que parcela significativa do setor produtivo tem repulsa ao presidente Jair Bolsonaro. “Os grandes empresários do Brasil, grandes banqueiros, quem opera os fundos de investimentos sabem que Bolsonaro colocou o Brasil no isolamento internacional.
Primeiro pela questão ambiental. Bolsonaro é um pária internacional, isso tira investimentos”, afirmou.
Segundo ele, o posicionamento de empresários em defesa da democracia evidencia esta situação. “Eles perceberam, ficou explícito para o mundo que Bolsonaro é uma grande ameaça para a democracia e, com isso, uma ameaça de fuga de investimentos”, completou.