Patrícia Galvão, Pagu, que começou a colaborar com jornais aos 15 anos, teve que usar pseudônimos algumas vezes. Maria José Aranha de Rezende, a Zezinha, quando fundou a Academia Santista de Letras, em 1956, era a única do sexo feminino no grupo de 12 fundadores. Itacy de Souza Telles foi a primeira a integrar a Academia de Letras de São Paulo e o Instituto Histórico e Geográfico de Santos. Além da relação de amor com a Cidade, as três tinham em comum a poesia.
Mostrar os versos e as histórias de pioneirismo destas e de outras autoras é a proposta da Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams) com a realização do Sarau das Flores e o lançamento da Antologia de Poetas Santistas de Ontem, Hoje e Sempre, nesta quarta-feira (22), a partir das 18 horas, na Casa da Frontaria Azulejada (Rua do Comércio, 96, Centro Histórico). O evento é realizado em parceria com a Secretaria Municipal da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos (Semulher) e faz parte da programação do Mês da Mulher.
Na ocasião, a poeta santista Carolina Ramos, que completou 99 anos no último domingo, receberá homenagem especial. Com mais de 20 livros publicados, ela possui premiações nacionais e internacionais em poesia, contos, trovas e crônicas e é considerada a Dama da Trova no Brasil.
MULHER PROTAGONISTA
A Antologia de Poetas Santistas de Ontem, Hoje e Sempre reúne poemas de Carolina Ramos, que está no capítulo poeta de sempre. As poetas de ontem são Vicentina Mesquita de Carvalho – filha do Poeta do Mar, Vicente de Carvalho -, Itacy de Souza Telles, Maria José Aranha de Rezende, Patrícia Galvão, a Pagu, e Antonieta Dias de Moraes.
Já no capítulo poetas de hoje aparecem Regina Alonso, Eunice Tomé, Jaíra Presa, Marlene Zamariolli e Taís Curi.
“A antologia eterniza a poesia feminina de ontem e de hoje, agregando versos de boa lavra, que representam uma forma de resistência e esperança, além de fortalecer o sonho coletivo feminino de (re)existir. Nesta publicação, a mulher é protagonista”, escreve Regina Alonso, curadora da Antologia.
“O trabalho de pesquisa foi grande porque o tempo acaba apagando algumas histórias. Por isso, a importância do Sarau e da Antologia para apresentar ou lembrar o talento e a força destas mulheres que, com suas palavras e atitudes, fizeram a diferença na época em que viveram e fazem até hoje”, destaca Wânia Seixas, diretora-técnica da Fams e editora da obra.
A Antologia será distribuída gratuitamente durante o Sarau das Flores, que terá ainda apresentação musical com a cantora Letícia Caires e de dança livre com bailarinas do Grupo TamTam. A entrada é gratuita.
