Para combater a Leishmaniose Visceral Canina (LVC), Santos está adotando uma abordagem preventiva e integrada liderada pelo Centro de Controle de Zoonoses e Vetores (CCZV) e pela Coordenadoria de Defesa da Vida Animal (Codevida). Esses esforços são parte de uma iniciativa conjunta da Prefeitura de Santos para controlar essa doença debilitante. As medidas incluem atendimentos regulares, capacitação de agentes de saúde e a distribuição de coleiras repelentes para animais de estimação.
A Leishmaniose, também conhecida como calazar, é uma condição crônica e incurável transmitida pela picada do mosquito-palha, Lutzomyia longipalpis. Seus sintomas em cães podem levar anos para se manifestar e incluem feridas na pele, perda de pelos, emagrecimento e crescimento anormal das unhas. À medida que a doença avança, órgãos internos como fígado, baço e pulmões são afetados. A detecção precoce é crucial para um tratamento eficaz e para conter a disseminação da doença.
Desde o primeiro caso registrado em 2015, Santos tem se destacado no cuidado com o bem-estar animal, implementando medidas abrangentes que vão desde a identificação do vetor até a prevenção. Importante ressaltar que, apesar dos casos em animais de estimação, não há registro de Leishmaniose em humanos no município.
Estratégia de encoleiramento
Uma das estratégias-chave adotadas pela CCZV é a distribuição gratuita de coleiras repelentes. Essas coleiras são projetadas para afastar o mosquito-palha, reduzindo assim o risco de transmissão da doença para animais e seres humanos. O uso dessas coleiras é essencial, pois a Leishmaniose só pode ser transmitida entre animais e humanos por meio da picada desse mosquito vetor.
O processo de encoleiramento é criterioso, sendo realizado apenas em cães que vivem próximos a áreas onde foram identificados casos da doença ou em animais já diagnosticados com Leishmaniose, evitando assim novas infecções. Em 2023, foram distribuídas 1.370 coleiras, e até o momento deste ano, já foram instaladas 820 coleiras.
Atendimento e Diagnóstico
Para cães que apresentam sintomas de LVC, é crucial buscar atendimento veterinário imediato. A Codevida, da Secretaria de Meio Ambiente, oferece consultas na unidade do bairro Jabaquara de segunda a sexta-feira. Devido a reformas, temporariamente estão atendendo na unidade do Jardim Botânico.
O diagnóstico e o tratamento são realizados tanto pela Codevida quanto por clínicas veterinárias particulares, em colaboração com o CCZV. Após o diagnóstico positivo, os animais recebem tratamento e são monitorados regularmente para garantir a eficácia do tratamento e a prevenção de novas infecções.
Monitoramento
Atualmente, 34 cães estão em tratamento para controle da carga parasitária. Além disso, Santos realiza ações como investigação do vetor, capacitação de profissionais de saúde e orientação à população para manter ambientes livres de materiais orgânicos que atraem o mosquito transmissor.
