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Santos coleta quase três mil bitucas em 13 dias

13/01/2025
Franciso Arrais

Em apenas 13 dias após a instalação, um projeto pioneiro em Santos recolheu 2.925 bitucas de cigarro, evitando que o equivalente a 1.170 kg de resíduos poluíssem o meio ambiente. Além disso, segundo o Certificado de Destinação Final emitido pela Poiato Recicla, a iniciativa evitou a contaminação de cerca de 1.463 litros de água apenas em dezembro.

O projeto desenvolvido pelo Instituto Lixo Zero Baixada Santista, por meio da Poiato Recicla em parceria com a Prefeitura de Santos, utiliza um método patenteado pela Universidade Federal de Brasília para transformar bitucas em celulose, matéria-prima para papel. A tecnologia sustentável emprega exclusivamente água da chuva e reaproveita 90% dos resíduos tratados.

Os 25 coletores instalados em locais estratégicos, a partir de um investimento de R$ 30 mil provenientes de uma emenda parlamentar do então vereador Fabrício Cardoso, também servirão como pontos de intervenções educativas para reforçar a importância da destinação correta das bitucas. O objetivo é, através da interação com os munícipes durante as coletas, promover educação ambiental, inclusão social e geração de renda, entre outros benefícios.

O presidente do Instituto Lixo Zero Baixada Santista, André Tomé, reforça que a adesão da população e o apoio de instituições locais serão cruciais para o sucesso do projeto, que já tem planos de expansão. “O resultado é expressivo e acreditamos que a adesão aumentará com o tempo e a identificação dos coletores por parte dos fumantes. Queremos levar os coletores para bares, restaurantes e shoppings, além de ampliar o número de unidades pela cidade”, revela.

O diretor da Poiato Recicla, Marcos Poiato, destaca que os resultados iniciais superaram as expectativas, especialmente por ser um conceito ainda novo que continuará gerando frutos na Cidade. “A análise inicial é muito positiva e a amostragem parcial de janeiro já apresenta um potencial para dobrar o volume de coleta. Além disso, não tivemos registros de depredação nos coletores, o que demonstra aceitação da população. Este é um trabalho transformador, com respaldo científico e visibilidade nacional, que promove mudança de comportamento”, afirma.

Santos consolida sua posição como modelo de economia circular alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O chefe do Departamento de Políticas Públicas dos ODS (Depods/GPM), Fábio Tatsubô, destaca o impacto transformador da iniciativa nas três vertentes da Agenda 2030 da ONU (ambiental, econômico e social).

“O sistema de recolhimento e reciclagem de bitucas de cigarro tem um alto impacto ambiental e exemplifica na prática o ODS 17: sociedade civil organizada e iniciativa privada propondo soluções, com a participação efetiva do Legislativo e do Executivo, trabalhando em sinergia para eliminar resíduos dos espaços públicos, como a areia da praia e as calçadas”, conclui.

Empresas e instituições interessadas em aderir ao projeto podem contratar os coletores (bituqueiras tradicionais e/ou cinzeiros de praia) entrando em contato com o Instituto Lixo Zero Baixada Santista (@lixozerobs) ou [email protected].