A Organização Mundial da Saúde estima que, a cada ano, surjam 700 mil novos casos de infecções pelo Papilomavírus Humano, o HPV, no Brasil. Trata-se de uma doença sexualmente transmissível que pode desenvolver o câncer de colo do útero nas mulheres, mas que também está relacionado a algumas doenças como o Condiloma Acuminado (Verrugas Anogenitais) e os cânceres do ânus e pênis nos homens.
“Nos homens, o diagnóstico é rápido e fácil, uma vez que o pênis é totalmente visível. Dessa forma, basta o homem que perceber o surgimento de uma lesão diferente no seu pênis consultar um urologista. Já nas mulheres é necessária a avaliação rotineira por um ginecologista, uma vez que a maior parte do genital é interna”, explica o médico urologista Heleno Diegues Paes.
Vacina e uso preservativos previnem
A principal via de disseminação do HPV é sexual, mas ele pode também ser transmitido por contato íntimo com pele ou mucosa com lesões. A prevenção é feita de duas maneiras: evitando o contato direto com pessoas doentes, seja por meio do sexo, por exemplo, ou usando barreiras como os preservativos, além da vacinação.
“Existem vacinas que conferem proteção para quatro subtipos de HPV mais comuns. A vacina não confere proteção para todos subtipos, portanto, os métodos de barreira ainda têm papel fundamental na prevenção”, alerta o médico.
Não existe tratamento específico
De acordo com o especialista, não existe um tratamento específico para a infecção viral. O tratamento consiste na remoção das lesões ocasionadas pelo vírus, que pode ser feita por cirurgia, cauterização, crioterapia, laser ou aplicação de ácidos ou por medicamentos tópicos, como algumas toxinas, quimioterápicos e imunomoduladores.
É necessária vigilância após a remoção das lesões para detecção de recidivas. Na maioria das pessoas, o sistema imunológico do paciente, em algum momento, eliminará essa infecção e não ocorrerão mais novas lesões.
“Apesar do medo que a infecção pelo HPV causa nas pessoas, a maioria das pessoas que adoecem apresentam lesões benignas, que são as pápulas e verrugas genitais. Elas ocasionam apenas um prejuízo estético que deve ser tratado para bloquear a cadeia de transmissão da doença. Outro ponto muito importante é que a patogenicidade desse vírus é pequena, ou seja, poucas pessoas que foram expostas ao vírus desenvolverão alguma doença”, conclui o médico.