A 12ª edição do Rio-Santos Bossa Fest terminou, neste domingo, em verdadeiro clima de apoteose. Nem as chuvas intensas que insistiram em cair em Santos conseguiram desanimar o público que prestigiou as apresentações que encerraram o evento, no vão livre do Teatro Municipal Brás Cubas.
O Grupo Feitiço foi o primeiro a subir no palco, com um repertório adaptado especialmente para o evento. Além de clássicos do samba e MPB, a banda também tocou pagodes tradicionais e sambas-enredo. “Eu já participei antes do Festival com um outro formato de banda (Luizinho Mastellari Trio), mas os organizadores convidaram o grupo Feitiço inteiro para encerrar o evento. O público do festival é diferenciado, apesar de ter muito fã da banda aqui. Por isso, nosso show teve algumas coisas diferentes, indo ao encontro da proposta da organização. Já tivemos um projeto de ‘Big Band’ no passado e usamos um pouco desse formato”, conta Luizinho Mastellari, um dos vocalistas da banda.
Na sequência, ao melhor estilo carnavalesco de New Orleans, Unidos do Swing fechou o festival em alto-astral e empolgando o público. “Dizem que a bossa-nova é um ritmo de alegria mais contida, mas hoje viemos para incendiar o público. Estar em Santos é muito especial para a banda. Temos um estilo diferenciado, que vai ao encontro do jazz com os ritmos brasileiros. E o mais memorável deles é justamente a bossa-nova. Esses compassos compartilham uma mesma matriz na percussão, e por isso essa junção é facilitada. Temos um repertório muito bacana para compartilhar. Nossa arte é de rua e sempre contamos com um público que esteja disposto a se divertir, dançar, festejar”, explica Narayan Barreira, vulgo Pinduca, baterista do grupo.
Após cinco dias de evento, distribuídos em dois finais de semana, que oscilou entre formatos mais intimistas, como as apresentações na Pinacoteca Benedicto Calixto, e os mais espetaculares, com engajamento de público, como o que finalizou o Festival no Teatro Municipal, Cassio Laranja, produtor cultural e organizador do Rio-Santos Bossa Fest, termina com o sentimento de ‘dever cumprido’, ressaltando seu caráter democrático e de acessibilidade. “Conseguimos atingir o objetivo do festival, que é entregar arte e cultura. Fizemos uma fusão da bossa-nova com a MPB, com o tango, com o samba jazz, com o samba, finalizamos com um espírito de carnaval. Então, mostramos que a bossa-nova se conecta, está atualizada, não é só aquela coisa só do banquinho e violão. Quisemos e quebramos esse paradigma”, afirma.
O festival, promovido pelo Jornal da Orla, com apoio da Prefeitura de Santos por meio da Secretaria de Cultura e patrocínio da Autoridade Portuária de Santos, fez parte da sexta edição do festival Porto Cidade.
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