Os avanços nas técnicas de reprodução humana assistida estão aumentando as chances de ter filhos após os 35 anos, idade em que a taxa de fecundidade da mulher começa a diminuir.
A médica Carla Iaconelli, especialista em Reprodução Humana, explica que a idade interfere na capacidade de engravidar por conta da redução na qualidade dos óvulos e a diminuição da reserva ovariana (poupança de óvulos da mulher. Além disso, doenças crônicas como hipertensão arterial, diabetes diminuem ainda mais a fertilidade.
Além disso, existe risco aumentado de aborto espontâneo, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e outras complicações na gravidez”, explica a especialista.
Ela acrescenta que a infertilidade é uma doença diagnosticada após um ano de tentativas de engravidar sem sucesso. A causa pode estar relacionada ao aparelho reprodutor da mulher, do homem ou de ambos.
Segundo o Ministério da Saúde, de 10 a 20% dos casais em idade reprodutiva sofrem de infertilidade conjugal. Em cerca de 40% dos casos, a infertilidade é causada apenas por fatores masculinos, 40% das mulheres e os demais em ambos.
Fatores femininos- alterações hormonais, metabólicas, nutricionais, fatores ovulatórios e relacionados à idade do óvulo, endometriose, obstrução das trompas de falópio, alterações anatômicas como malformações uterinas, pólipos endometriais, miomas e outros tumores.
Fatores masculinos- alterações hormonais, metabólicas e nutricionais, problemas com a produção de sêmen, causados pelo consumo de drogas e fumo, peso, causas genéticas e varicocele. Vale salientar também que a infertilidade não é culpa de ninguém, é uma condição médica que pode ser tratada e gerenciada com ajuda adequada.
Técnicas de reprodução assistida
A medica explica que existem várias alternativas para casais que enfrentam a infertilidade, desde tratamento de baixa complexidade como a relação em data programada e inseminação intrauterina (IIU – o sêmen é processado para melhorar a performance e colocado diretamente no útero da mulher), até de alta tecnologia e sofisticação como a Fertilização in Vitro (FIV), que é um dos tratamentos mais conhecidos e eficazes, envolvendo a coleta de óvulos e espermatozoides.
“Outras opções incluem a doação de óvulos, embriões e realização de diagnóstico genético antes de transferir o embrião para o interior do útero”, explica e especialista em reprodução humana.
Carla alerta que o congelamento de óvulos, por exemplo, é uma opção eficaz para mulheres que desejam se preparar para ser mãe no futuro, mas ainda não decidiram o melhor momento ou a parceria.
Doação de óvulos
Já as mulheres que não congelaram óvulos e entraram na menopausa, ou que realizaram quimioterapia para tratamento de câncer, entre outras razões, podem recorrer ao processo de ovodoação e ovorecepção. Algumas clínicas mantêm óvulos e embriões excedentes de outros tratamentos que foram autorizados para doação.
“As doadoras não devem conhecer a identidade das receptoras e vice-versa, exceto na doação de óvulos para parentesco de até 4º grau. A idade limite para doação é de 37 anos”, explica Carla Iaconelli.
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