A voz da consciência

Quem és tu, a história vai me contar?

14/06/2024
Quem és tu, a história vai me contar? | Jornal da Orla

Senhor Eduardo Leite, governador do Estado do Rio Grande do Sul. Não posso falar muito sobre o seu comportamento diante dessa tragédia ocorrida há quase um mês no estado que o senhor governa. Porém, eu te digo o seguinte: o seu comportamento diante deste fato marcará e provavelmente será o seu legado no comando do governo do Estado do Rio Grande do Sul. É bom lembrar que não há mais reeleição. No seu caso, o senhor está no segundo mandato na condição de governador do Estado do Rio Grande do Sul. Significa dizer que no seu futuro, o senhor tem três opções: deputado federal, senador, ou quem sabe até uma possível candidatura à presidência da república? Por isso, como eu disse anteriormente, dependendo do seu comportamento diante desta tragédia, você pode ser, quem sabe, candidato à presidência da república. Mas para poder fazer essa avaliação do seu comportamento, eu não poderia estar à distância, né? Você deveria estar em alguma cidade do Rio Grande do Sul. A impressão que me passa, vendo as imagens que chegam até mim, é de que é povo socorrendo povo. Posso estar errado? Mas confesso que talvez não esteja. Não sei. Hoje não sei por que peguei para ouvir o rádio, mas a questão aqui é a seguinte: vou dar o crédito. Estava ouvindo a CBN, aquele programa do meio-dia. Não me pergunte por que, eu não sei o nome. Houve uma reportagem que considerei com uma crítica muito forte às obras de manutenção de drenagem, tanto das prefeituras quanto do seu governo, senhor Eduardo Leite. ‘Eu diria para vocês que vão nesta coluna a voz da consciência, que considero muito difícil, quase impossível, controlar a força da natureza. Mas o que você espera de um governador do Estado quando esses fatos naturais acontecem, é que ele seja a linha de frente, esteja presente e transfira a capital do Estado para a região mais atingida. Eu sei que nesse caso foi quase a totalidade do estado atingido. 

 

A autoridade que se preze não vai ter medo de pôr o pé no barro’. Estou falando de um conceito que tenho sobre o que significa ser autoridade. Esse comentário não é uma crítica direta ao senhor. Estou explicando o conceito que tenho, ok? É nessas tragédias, por exemplo, do Rio Grande do Sul, que aparecem os grandes líderes. Após as enchentes, é que vamos conhecer de fato quem é Eduardo Leite. Dependendo da sua resposta a essa crise, o Rio Grande do Sul verá seu sucessor ou sucessora, que provavelmente o senhor já está pensando, quem será? Afinal, seu governo passa dos seis anos, o que significa que seu governo está no final. Seu sucessor ou sucessora terá muita dificuldade para se eleger se o seu comportamento diante desse fato não for adequado de acordo com o que o povo espera de acordo com o cargo que ocupa. O povo espera que sinceramente, as suas atitudes diante desses fatos estejam compatíveis com o cargo que o senhor ocupa e ainda com a liderança que o senhor deve ter em um processo de reconstrução como esse. Eu li no site da rádio Itatiaia que a dívida pública do Rio Grande do Sul foi suspensa por 3 anos. Eu vou dizer que, dependendo do valor da dívida, não é um período curto de tempo, é um período razoável, porque você pega o valor da dívida e faz a multiplicação pelo tempo da suspensão. Se eu estiver errado, corrijam-me, por favor. Eu li também que o estado perderá 10 bilhões neste ano em impostos, segundo estimativa do seu governo. Eu confesso que estou desconfortável em escrever qualquer coisa sobre o Rio Grande do Sul. Porque, eu repito, estou à distância. Não há pessoa melhor para falar sobre a situação do que aquele que está vivendo, que é o povo gaúcho. Escrevo essas linhas em razão.

 “Do meu carinho pelo seu estado e pelos amigos que aí têm no Rio Grande do Sul. Que me causaram uma preocupação em saber as notícias do seu bem-estar. Mais para frente, a história vai me contar qual foi a sua resposta verdadeira sobre esse desastre, o que aconteceu no Rio Grande do Sul? O que me deixa um pouco mais aliviado é saber que a resposta inicial foi o povo pelo povo mostrou, para mim pelo menos, que o sentimento de pertencimento ao estado, sentimento patriótico que todos os gaúchos têm entre si, vai fazer esse estado tão importante para o Brasil renascer das cinzas, como Fênix. E a corrente formada de solidariedade, irmandade do resto do Brasil, foi e é outra coisa que, confesso, me causa emoção, e eu já me emocionei algumas vezes com as imagens. Não é momento de apontar os dedos para responsáveis ou ocupados. Agora é recuperar esse estado na sua estrutura, aprender as lições que as chuvas vão deixar. Não só para o Rio Grande do Sul, mas também para o resto do Brasil se acostumar a prevenir os danos que possam vir a acontecer. Vai chegar um momento de apontar os responsáveis na justiça dos homens, mas também na justiça de Deus! Porque sinceramente o que aconteceu no Estado do Rio Grande do Sul não foi normal. Eu vou mais além, ‘eu acredito que Deus tenha usado o Rio Grande do Sul para mandar um recado aos seres humanos’. Cabe a nós entender ou não esse recado dado por Deus.”

 

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