Purin é um feriado alegre que retrata a salvação dos judeus
Purim, ou a Festa do Sorteio, é um feriado alegre que relata a salvação dos judeus de uma ameaça de massacre durante o período persa (539-330 aEC).
Purim é baseado na heroína Rainha Esther e é uma das maiores histórias já contadas. Purim celebra eventos passados na antiga Pérsia, conforme ilustrado no Livro de Esther.
Quando a Babilônia foi tomada pelos medos e pelos persas, os judeus partiram para Israel. No entanto, Esther ficou para trás e fez parte da minoria judaica sob o rei Achashverosh.
O rei da Pérsia, ao ver Esther, se apaixonou e ela se tornou a nova rainha. No entanto, a nova rainha não compartilhou que ela era judia como seu tio Mordechai ordenou.
Essa omissão foi fundamental quando Haman instruiu o rei a exterminar todos os judeus.
Esther teve a escolha de ficar em silêncio ou se posicionar. Ela respirou fundo e se aproximou do marido para revelar sua verdadeira identidade.
O coração do rei se abrandou. Para poupar Esther e poupar o povo judeu, o rei permitiu que Esther fizesse seu próprio decreto. O povo judeu conquistou então o direito legal de atacar todos e quaisquer possíveis atacantes persas. Foi assim que Haman foi morto.
Seu povo estava finalmente livre para se defender e floresceu sob sua rainha e rei.
A história de Purim é contada no Livro de Esther, cuja heroína homônima desempenha o papel principal na salvação de seu povo.
Purim é história. Purim é também festa. Celebramos a salvação do povo judeu, cuja sobrevivência passou grande risco.
Além disso, a Meguilá, O Livro de Esther, a obra bíblica que é fonte para nosso alegre Festival de Purim, aborda questões sobre poder político. É uma história que relembra como os judeus do Antigo Império Persa encontraram inspiração em sua sagacidade política, seu sentido de destino compartilhado e sua profunda fé comunitária para garantir sua sobrevivência em tempos de provação.
O Livro de Esther nos expõe aos abusos e aos benefícios do poder. Quando encontramos o discernimento para usar o poder
convenientemente e com justiça, deparamo-nos com a possibilidade de transformar para melhor nossas vidas e das pessoas ao nosso redor.
Enquanto o resto do mundo celebra o Halloween e o Carnaval, nós precisamos esperar mais alguns meses até Purim para vestir nossas fantasias.
O costume de disfarçar-se em Purim remonta à Idade Média e, mais especificamente, aos judeus italianos do século XV que foram influenciados pelo carnaval cristão.
O costume se espalhou pelas comunidades judaicas ao longo dos anos, tornando-se a marca registrada mais identificável do feriado.
Purim é a comemoração da virada da sorte, da ansiedade transformada em alívio. Como aquele último instante em que desviamos de um acidente de carro quase certo, quando o exame médico tão temido traz um resultado benigno. Purim.
Purim também suscita outras questões: é também o encontro do oculto e o revelado. Na narrativa da festividade, a menção do divino não aparece sequer uma vez.
Trata-se ainda da missão solene de usar o poder sabiamente, como feito por Mordechai e Esther. Porém Purim fala mais. Purim expressa o oculto. O milagre de nossa sobrevivência.
É o ser humano, em seu cotidiano, agindo e usando o poder sabiamente que personaliza o milagre, revelando-o com outra faceta.
Entretanto, Deus agia ocultamente enquanto trabalhava para libertar o povo judeu e derrubar Haman. Muitas vezes não podemos ver Deus atuando em nossas vidas. Mas Ele está sempre lá. Da mesma forma, Esther e Mordechai experimentaram o que parecia ser silêncio de Deus quando seu povo estava sofrendo na Pérsia.
Purim é comemorado no dia 14 de Adar, que geralmente é em março. O dia 14 de Adar é o dia que Haman escolheu para o extermínio dos judeus. Nos anos bissextos, quando há dois meses de Adar, Purim é comemorado no segundo mês de Adar, portanto, é sempre um mês antes da Pessach.
Nas cidades que eram muradas no tempo de Josué, Purim é comemorado no dia 15 do mês, porque o livro de Esther diz que em Shushan (uma cidade murada), a libertação do massacre não foi completa até o dia seguinte. Este dia ficou conhecido como Shushan Purim.
Por respeito a Jerusalém, diz-se, o dia ainda é guardado por judeus que vivem em cidades que tinham um muro ao redor deles “desde os dias de Josué” Assim, no atual Israel, Purim é comemorado em Jerusalém no dia 15, mas em Tel Aviv no dia 14.
O feriado de Purim é precedido por um jejum menor, o Jejum de Esther, que comemora os três dias de jejum de Esther em preparação para seu encontro com o rei.
Uma mitzvá é que o povo judeu deve comer, beber e se divertir em Purim. De acordo com o Talmud, uma pessoa é obrigada a beber até que não consiga distinguir entre ‘maldito seja Haman’ e ‘bendito seja Mordechai’, embora as opiniões divirjam sobre o quão bêbado isso é.
Purim também demonstra a importância das mulheres na narrativa judaica.
Ao celebrarmos o milagre da continuidade judaica, a Meguilá nos lembra que o poder, seja militar, econômico ou político, é componente importante de sobrevivência. Entretanto, em Purim lembramos que apenas quando a bravura e o poder são utilizados com justiça é que podemos vivenciar o espírito salvador.
Enfim, este aparentemente simples ‘carnaval’ traz em si tesouros ocultos de nossa tradição.
Esta história é uma das mais queridas da comunidade judaica, por causa da esperança que dá a uma minoria que vive em uma cultura majoritária muitas vezes hostil.
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