É importante que amigos e familiares observem os comportamentos de quem compra demais e auxilie no tratamento
A Black Friday dá início à temporada de compras de fim de ano e com as ofertas aparecendo é comum que muitas pessoas se sintam animadas para aproveitar os preços. Contudo, o ato de encher o carrinho pode ter outros significados.
A psicóloga Mariana Pinheiro, especialista na Holiste Psiquiatria, destaca que nessas épocas do ano em que o consumismo é endossado, as compras compulsivas tendem a aumentar, muitas vezes como uma tentativa de lidar com frustrações e decepções.
“A compra se apresenta como um comportamento que possibilita o contato com a sensação de prazer a curto prazo. Contudo, ele não dá conta de superar uma situação psiquicamente desconfortável, o que influencia no surgimento da compulsão”, aponta.
Comprar pode se tornar um transtorno
Para algumas pessoas, gastar demais deixa de ser um problema meramente financeiro e se torna uma questão de saúde mental. De acordo com a psicóloga, assim como a compulsão alimentar, é uma psicopatologia que pode trazer muito sofrimento para o indivíduo e também para a família que muitas vezes não entende o comportamento não é mero descontrole financeiro.
“Pessoas que passam a adquirir objetos os quais não necessitam, de maneira recorrente, sem uma justificativa coerente, ou passam a gerar dívidas constantes e de altos valores. Quando se observa que a ação da compra está relacionada à resposta a algum evento de impacto emocional, como uma discussão, frustração ou mal-estar. A presença destes sinais, de maneira intensa e gerando prejuízos, pode apontar para uma disfuncionalidade”, expõe.
Gastar ou não gastar? Eis a questão
A psicóloga reforça que o problema não está no consumo ou em aproveitar as ofertas, mas avaliar se o ato da compra não está se tornando uma resposta para outros aspectos da vida que, ao invés de serem suprimidos, precisam ser acolhidos e tratados, se for o caso.
“Estamos falando de problemas relacionados à autoimagem e ao autoconceito que podem estar atrelados à necessidade de alguns indivíduos em se sentirem ‘na moda’, ou seja, de se adequarem aos padrões culturais e estéticos como forma de aumentar a autoestima”, afirma.
Na dúvida sobre como navegar pelas gôndolas e sites sem cometer excessos, separamos quatro perguntas básicas que podem ajudar a fazer melhores escolhas na Black Friday e no Natal. Antes de passar o cartão e finalizar a compra, vale se perguntar: Eu estou precisando disso? Se a resposta for não, melhor esvaziar o carrinho.