Numa mobilização para ampliar a cobertura vacinal contra o HPV e conscientizar a população sobre a importância de imunizar contra este vírus, causador inclusive de alguns tipos de câncer como o de colo de útero e o de pênis, a Prefeitura e o Rotary Clube de Santos Boqueirão vão levar a vacinação para dentro das escolas. O objetivo é atingir os jovens que ainda não foram imunizados.
O projeto, ainda em fase piloto, será colocado em prática na terça-feira (28/6), às 16h, na UME João Papa Sobrinho (Gonzaga), que tem 120 alunos enquadrados no foco da ação: meninas de nove a 14 anos e meninos de 11 a 14 que ainda não foram imunizados. A aplicação será feita por equipe da Vigilância em Saúde do Município e o documento para autorização dos pais já está sendo enviado pela escola. Após a avaliação do projeto-piloto, a iniciativa deve se estender para outras unidades municipais no segundo semestre.
Em 2022, a cobertura vacinal do HPV em Santos está em 63,6%, abaixo da meta indicada pelo Ministério da Saúde, que é vacinar 95% do público-alvo. A situação é similar em outras cidades do País.
O vírus
O HPV é responsável por 60 mil diagnósticos de câncer em homens por ano, no mundo. Além disso, cerca de 90% dos casos de câncer de colo de útero e na região anal têm como causa o HPV, de acordo com The International Papillomavirus Society.
A vacina disponível no Sistema Único de Saúde previne contra quatro subtipos de HPV: 6 e 11, que causam verrugas; 16 e 18, que causam câncer. A vacinação nos jovens contempla duas doses: a segunda é aplicada seis meses após a primeira.
Ainda nesta fase preparatória para a imunização, o Rotary Club de Santos Boqueirão apresentou o projeto Educacional e de Prevenção do HPV, com linguagem voltada aos adolescentes, ao núcleo de alunos do Programa Santos Jovem Doutor da UME João Papa Sobrinho.
“Estamos com uma boa expectativa em torno da vacinação contra o HPV na escola, ainda mais porque o jovem que receberá a vacina estará ciente dos benefícios que a imunização vai lhe trazer e se tornará multiplicador da informação entre sua família, amigos e comunidade. A prevenção e a promoção da saúde são objetivos do SUS e ao poder público cabe o desenvolvimento de estratégias que permitam ampliar o acesso aos serviços”, destaca o prefeito Rogério Santos.
A coordenadora do projeto HPV do Rotary Club de Santos Boqueirão, Giselle Cid Perez, explica que faz parte da rotina do projeto “a promoção de palestras aos jovens, educadores e pais nas escolas municipais, com apoio das Secretarias de Educação e Saúde, com o objetivo de informar e conscientizar os jovens sobre os perigos do HPV. E a vacinação é muito importante; é a melhor forma de prevenção. Por isso, estamos comemorando essa nova etapa de vacinação dentro das escolas municipais, além das policlínicas”.
O secretário de Saúde, Adriano Catapreta, que é ginecologista, enfatiza que “as doenças causadas pelo HPV costumam ter uma evolução clínica silenciosa e que o aumento da cobertura vacinal tornará menos frequentes, nos serviços de saúde, os casos de lesões na pele e mucosa, além dos cárceres de colo de útero, vagina, vulva, pênis e ânus que tenham como causa a infecção por este vírus”.
A secretária de Educação, Cristina Barletta, enfatiza a importância dessa iniciativa na formação dos jovens e no cuidado com a sua saúde. “Fico muito feliz com o trabalho que foi feito com os alunos que participam do Programa Santos Jovem Doutor, em parceria com a Secretaria de Saúde. Tenho certeza de que, desta forma, teremos uma adesão dos adolescentes nessa faixa etária, podendo ampliar ainda para outras unidades de ensino da nossa cidade”.
Calendário vacinal
Desde 2014, a vacina contra o HPV é disponibilizada pelo SUS para as meninas (nove a 14 anos) e desde 2017, aos meninos (11 a 14 anos). Pais e responsáveis podem levar os jovens a qualquer policlínica, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.
Além deste público, as policlínicas oferecem a vacina contra o HPV para as mulheres imunossuprimidas de nove a 45 anos e os homens imunossuprimidos de nove a 26 anos – estes tomam três doses, com intervalo de dois meses para segunda dose e a terceira após seis meses da primeira aplicação.