As hepatites virais são inflamações que matam as células do fígado aos poucos e as transformam em cicatrizes que enrijecem o tecido — fibrose. Por não apresentar sintomas, a hepatite é uma doença silenciosa e, em alguns casos, quando diagnosticada o tratamento é muito mais complicado ou já pode ser tarde demais.
Devido à gravidade da doença e o número de pessoas infectadas e que não sabem, em julho se intensificam os esforços para alertar sobre a importância de adotar medidas de prevenção e fazer o teste para diagnosticar a doença.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma pessoa morre no mundo a cada 30 segundos de uma doença relacionada à hepatite.
Há vários tipos de hepatite, cada uma designada com uma letra:
Hepatite A- É transmitida pela ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes humanas. Há relatos de transmissão durante o sexo anal.
Hepatites B, C e D- São transmitidas no contato com sangue, sêmen ou fluidos corporais, no uso de agulhas, alicates de manicure, lâminas de barbear ou instrumentos para tatuagem contaminados e relações sexuais.
As hepatites B e C são as formas mais severas, pois podem resultar em doença hepática crônica, cirrose hepática e carcinoma hepatocelular (câncer).
As hepatites também podem ser causadas por uso de alguns remédios, consumo exagerado de álcool e doenças autoimunes, genéticas e metabólicas.
Sintomas
Os sintomas da doença só aparecem quando ela já está em estado avançado: cansaço, tontura, enjoo, vômitos, febre e dor abdominal. Em 30% dos casos, a pessoa fica com pele e olhos amarelados. Nesta situação, o paciente já está com a função do fígado comprometida, cirrose ou mesmo câncer.
Testagens
Em Santos, a Secretaria de Saúde realizará mutirões de exames para detecção de hepatites: neste sábado (8), das 9h às 13h, no Ambulatório de Especialidades Nelson Teixeira; no dia 15, das 11h às 15h, no Jardim Botânico Chico Mendes; no dia 22, das 13h às 17h, no Parque Roberto Mário Santini (Quebra-Mar).
O teste consiste na retirada de uma gota de sangue do dedo da pessoa e o resultado sai em 15 minutos.
Prevenção
O comportamento da pessoa é a maneira mais eficaz de evitar a contaminação. No caso da hepatite A, a higienização dos alimentos e da água. Nas hepatites B, C e D, evitar situações em que haja risco de contato com sangue contaminado.
O Sistema Único de Saúde oferece gratuitamente vacinas para as hepatites A e B. Para a C, ainda não existe vacina.
Tratamento
O tratamento da hepatite C é feito com os chamados antivirais de ação direta (DAA) e dura entre 8 e 12 semanas. As taxas de cura são de mais de 95%.
Número de casos no Brasil
O Boletim Epidemiológico: Hepatites virais 2020, elaborado pelo Ministério da Saúde, indica que, de 2000 a 2021, foram confirmados 718.651 casos de hepatites virais no Brasil.
Hepatite A – 168.175 (23,4%)
Hepatite B- 264.640 (36,8%)
Hepatite D – 4.259 (0,6%)
De 2000 a 2020, foram identificados 62.611 óbitos associados à hepatite C (76,2% do total de mortes por hepatites virais).