É interessante observarmos como fatos nos acontecem, mudando totalmente o rumo das nossas vidas.
Fatos que nos levam a alterar nossa maneira de pensar. Sobretudo, a aprendermos a não julgar nada, nem ninguém, na primeira olhadela.
Isso nos lembra de 4 amigos, que gostavam de sair juntos para festas, passeios, caminhadas.
Em certo final de semana, resolveram acampar. Aprontaram suas mochilas com tudo que, na sua inexperiência, acreditaram seria importante para uns 2 dias.
Em local afastado da cidade, próximo a um rio, montaram a barraca.
À noite foram surpreendidos pela chuva. O aguaceiro torrencial, revelou-lhes a total falta de preparo. O rio subiu de nível muito depressa, e a barraca se encheu de água.
Ao amanhecer, preparando-se para voltar para casa, após o passeio frustrado, descobriram que nada tinham para o café da manhã. Tudo havia sido levado pela inundação.
Ao longe, viram uma casa, pobre, com a pouca pintura bastante descascada.
Um dos rapazes propôs que fossem lá pedir algo para ingerirem.
-Se formos – disse outro – o risco é os donos da casa nos pedirem ajuda. Olhem o estado da casa: não devem ter nada.
Enfim, um deles decidiu ir até o casebre.
A senhora que o atendeu, ouviu o relato do ocorrido na noite anterior, que precisavam algo para comer.
Ela perguntou quantos rapazes compunham o grupo. Depois, pediu que ele aguardasse.
E desapareceu no interior da casa.
Impaciente, o jovem voltou ao local do acampamento. Começaram a organizar as mochilas para voltar para casa.
Então, viram uma menina que vinha ao encontro deles. As roupas estavam gastas, conquanto perfeitamente limpas. Nos pés, chinelinhos de cores diferentes.
Trazia, nas mãos, pequena bandeja, com um bule e 4 copos.
Ao lado, 8 biscoitos para cada um deles.
A emoção tomou conta daqueles moços.
A dona da casa havia lhes enviado o que de melhor poderia ofertar. Talvez, tudo o de que ela dispunha, organizado em perfeita apresentação.
Tomaram o café quente, agradeceram à pequena portadora, que saiu feliz por cumprida sua missão.
Retomaram a estrada, pensativos.
Tinham encontrado alguém que jamais os vira, nunca mais tornaria a vê-los e, no entanto, os havia tratado, não como forasteiros, mas, como pessoas que batem à porta, pedindo auxílio.
Ela não perguntou de onde vinham, para onde iriam depois.
Apenas deu o melhor que tinha.
[com base em texto de Patrícia C. S. Mendes e na Red. do Momento Espírita]
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