Gabriela Martinez
Com estruturas com uma dupla finalidade, os postos de salvamento de Santos também tem espalhado uma utilidade diferente na área junto jardim. Nesse mesmo espaço, os equipamentos oferecem opções de cultura – gibiteca ou biblioteca – ou esportes ligados ao mar. Lembrando que na parte superior, são usados por grupos que praticam ginástica, alongamentos, yoga e atividades físicas.
O Posto 1, na Avenida Presidente Wilson, próximo ao Novo Quebra-Mar, no José Menino, é o único dos sete que não tem um serviço um “direto” para os moradores da cidade. Serve como apoio para o Corpo de Bombeiros na orla.
Karime Mousalli, historiadora, destacou que os postos foram criados pelo Governo do Estado, em 1924. O então “presidente” do Estado de São Paulo Carlos de Campo promulgou a Lei Ordinária 2.052, de 31 de dezembro de 1924, criando “postos de salvação” nas praias de José Menino e na Enseada (Guarujá). Os equipamentos, dizia a lei, ficavam “sob administração e imediata fiscalização da delegacia de polícia marítima de Santos”. “A instalação dos postos se deu entre os anos de 1926 e 1930”, explica a historiadora.
O Posto 2, foi a primeira escola pública de surfe no País e completou 32 anos de atividades em junho de 2023, formando gerações de atletas, tanto no masculino, como no feminino. Coordenada pelo Cisco Araña, o equipamento também oferece aulas para o público 50+.
Nos dias de hoje, existem em média
400 inscritos nas aulas, a Escola Radical já atendeu mais de 30 mil alunos, que deram suas primeiras braçadas na Praia da Pompeia e conseguiram domar as ondas dos mares.
No posto 3, o intuito é é propiciar a inclusão e o bem-estar de pessoas com deficiência (física ou mental) através do esporte. A escola usa pranchas adaptadas e, assim como a Escola Radical, os treinos começam dentro do posto, antes dos alunos enfrentarem as ondas. As pranchas são adaptadas e também coordenadas pelo Cisco Araña, que atende hoje mais de 170 alunos. Por ano, a cerca dos atendimentos é de 250 alunos.
Já no Canal 4, as primeiras cenas de “Asas do Desejo”, obra-prima de 1987 do cineasta alemão Win Wenders, inauguraram o Cine Arte Posto 4 em novembro de 1991. Entre longas e curtas metragens, mais de 2,5 mil obras já foram vistas nesse espaço.
O equipamento conta com com 41 lugares, priorizando filmes não independentes, enchendo sua programação com muitos títulos de festivais nacionais e internacionais. O espaço passou a se chamar Sala Rubens Ewald Filho em 2017, dois anos antes da morte do jornalista e crítico de cinema.
O ingressos custam R$ 3,00, com meia-entrada de R$ 1,50 para estudantes, maiores de 60 anos e menores de 18 anos, com apresentação de RG, além de professores da rede estadual de ensino. A bilheteria abre às 15h.
O Posto 5 possui a Gibiteca Municipal Marcel Rodrigues Paes oferecendo mais de 40 mil títulos no acervo para os leitores, entre fanzines, mangás, obras infantis, títulos de autores independentes, além de revistas que fizeram história como MAD e Chiclete com Banana. Todo o acervo só pode ser lido no local. Não há possibilidade de empréstimo para leitura.
A gibiteca foi inaugurada no ano de 1992, possui um espaço climatizado que realiza inúmeras atividades durante o ano todo, como exposições, lançamentos, debates, bate-papos e grupos de RPG. Curadora do equipamento, Narayana Mamede informa que no penúltimo sábado de cada mês são realizados workshops com artistas, promovendo interação com o público.
O Posto 6 trás a Biblioteca Municipal Mário Faria, contando com mais de 25 mil títulos. Inaugurado em 1993, o espaço foi totalmente revitalizado pela Prefeitura em agosto deste ano.
Finalizando com o Posto 7 que oferece cursos gratuitos para pessoas acima de 12 anos e que saibam nadar. É indicada para quem está interessado em aprender a andar de caiaque, canoa havaiana e stand up paddle. As aulas reúnem mais de 260 alunos.