Baixada Santista

Porcolinos, sujismundos e cascões

03/01/2024
Depositphotos

 

Somos nós.

Na virada do ano, a queima de fogos de artifício em Praia Grande deu chabu. Condições meteorológicas desfavoráveis. Ressaca. Uma balsa virou, as outras foram recolhidas e o espetáculo foi cancelado. Ou adiado. Os fogos estão pagos e vão ser utilizados em outra ocasião.

Mesmo sem fogos, multidão desfalcada, a praia no dia 1º tinha um rastro de sujeira memorável. A areia ficou quase invisível, escondida por garrafas, copos, pratos, restos de comida, oferendas, bitucas de cigarro, guardanapos de papel e mais qualquer outro resíduo que a nossa vã filosofia possa imaginar.

Em Santos os fogos iluminaram o céu de 0h00 a 0h15. Os quinze minutos de encantamento se transformaram depois em 67 toneladas de lixo nos jardins, na areia, no calçadão. 67 toneladas !!!

É muita porquice !!!

É muita falta de cidadania. Na verdade, falta de vergonha na cara.

A mesma pessoa que tem nojo das ratazanas e medo da leptospirose é a que atrai os roedores com restos de doces, salgados e bebidas.

É possível evitar esse comportamento anti-higiênico e manter a praia limpa? Lógico que é. A Praia do Tombo, em Guarujá, permanece limpa durante o ano todo. O metrô de São Paulo, também. Por que será, então, que essa gente bronzeada assume as identidades nada secretas de cascões, porcolinos e sujismundos quando pisa na areia das nossas praias?